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Oposição acusa comissão de atrasar divulgação de resultados eleitorais no Zimbábue

Órgão diz que eleitores devem esperar até sábado para conhecer vencedor

Apoiadores do oposicionista Nelson Chamisa comemoram após eleições em Harare (Zimbábue) - Siphiwe Sibeko/Reuters

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Harare (Zimbábue) | Reuters

A oposição acusou nesta terça-feira (31) a comissão eleitoral de deliberadamente atrasar os resultados das eleições desta segunda no Zimbábue para favorecer o partido governista.

Trata-se da primeira eleição no país em quase 40 anos sem o nome do ex-ditador Robert Mugabe na urna. Ele anunciou que iria apoiar a oposição.

A presidente da Comissão Eleitoral do Zimbábue (ZEC), Priscilla Chigumba, afirmou que os resultados presidenciais podem demorar até sábado. Apenas alguns resultados da disputa parlamentar foram anunciados.

Segundo o MDC, principal partido da oposição, uma em cada cinco seções eleitorais —cerca de 2.000 no total— não divulgou seus resultados na entrada, como a lei manda. 

Por isso, o MDC e o ZESN, principal órgão de monitoramento eleitoral, estão acusando a comissão de manipular os resultados em favor do presidente Emmerson Mnangagwa e do partido governista, Zanu-PF. 

"Há um atraso deliberado em anunciar os resultados", disse o ex-ministro das Finanças, Tendai Biti, do MDC, qualificando a ação de "interferência na vontade do povo". 

Andrew Makoni, do ZESN, disse: "O temor é que as pessoas vão ficar insatisfeitas a ponto de irem paras as ruas, e então que a resposta venha das forças de segurança".  

Grupos da sociedade civil como ZESN disseram que vai questionar legalmente a ZEC, para forçar a divulgação dos dados. 

A disputa presidencial se dá entre  Mnangagwa, 75, que assumiu após a saída de Mugabe, e Nelson Chamisa, 40, pelo MDC. 

"A informação de nossos representantes no terreno é extremamente positiva", disse Mnangagwa, nas redes sociais. 

Chamisa disse esperar a vitória. "Esperando a ZEC cumprir com seu dever constitucional de anunciar oficialmente os resultados das eleições, e estamos prontos para formar o próximo governo", afirmou.

Os eleitores votaram ainda para 210 vagas no Parlamento e mais de 9.000 representantes locais. Autoridades disseram que o comparecimento foi de 75%. 

Um segundo turno está previsto para 8 de setembro caso nenhum candidato obtenha a maioria dos votos. 

Após uma série de eleições questionáveis sob Mugabe, o país está cético.

"Se esse cara perder [Mnangagwa], não há chance de que eles entreguem o poder", afirmou Gift Machekera. "Os que têm armas têm o poder. Isso é a África." 

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