Presidente eleito do Zimbábue prega unidade e promete apurar violência
Rival de Emmerson Mnangagwa, 75, afirmou que irá questionar resultados oficiais
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O presidente eleito do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, pediu nesta sexta-feira (3) que o país se una a ele, mas o líder da oposição insistiu em ter sido o vencedor das eleições presidenciais desta semana e afirmou que usará todos os meios necessários para questionar o resultado.
Mnangagwa prometeu ser o presidente de todos os zimbabuanos e disse que seu rival, Nelson Chamisa, do MDC, terá um papel crucial no futuro do país.
Ele afirmou ainda que a repressão das Forças Armadas contra manifestantes que questionavam o as eleições, que deixou seis mortos, será investigada por uma comissão independente.
"A Nelson Chamisa quero dizer: você tem um papel crucial no presente e no futuro do Zimbábue. Vamos pedir paz e unidade na nossa terra", disse Mnangagwa.
Mas Chamisa disse a repórteres que a violência militar contra opositores foi autorizada pelo partido governista de Mnangagwa, o Zanu-PF, porque perdeu a eleição, a primeira desde que o Exército removeu do poder o ditador Robert Mugabe, 94, em novembro.
"Vamos explorar todos os meios necessários, legais e constitucionais, para garantir que a vontade do povo seja protegida", afirmou Chamisa.
O dia de votação ocorreu sem problemas, mas a violência em Harare no dia seguinte contaminou a atmosfera política. A oposição denunciou que a demora em proclamar os resultados era uma tentativa de manipular os dados.
Os resultados divulgados pela comissão eleitoral na quinta-feira (2) apontaram a vitória de Mnangagwa, ex-chefe de espionagem sob o regime Mugabe, por 50,8% dos votos, contra 40,3% de Chamisa.
"Este é um novo começo. Vamos nos dar as mãos. Vencemos as eleições de modo livre e justo e não temos nada a esconder ou temer", disse Mnangagwa nas redes sociais.
Em uma tentativa de explicar a atuação do Exército após as eleições, ele disse: "A polícia estava sobrecarregada e pediu ajuda do Exército para impedir a destruição."
Os EUA disseram nesta sexta-feira que estão analisando os resultados eleitorais.
“Os EUA vão continuar analisando os dados coletados por suas próprias equipes de observadores, por missões de observação internacionais e por observadores locais para fazer uma avaliação completar das eleições”, afirmou nota do Departamento de Estado.
“Encorajamos todos os participantes e cidadãos a resolverem suas queixas de maneira pacífica através dos canais legais estabelecidos e encorajamos os líderes políticos a mostrarem magnanimidade na vitória e graça na derrota.”
Washington avalia se irá levantar as sanções econômicas contra o país africano.
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, instou os zimbuanos a aceitarem os resultados eleitorais.
Observadores da União Europeia citaram na quarta-feira diversos problemas, entre eles a falta de confiança na comissão eleitoral e viés na mídia, mas ainda não emitiram uma avaliação definitiva.
Christopher Dielmann, economista do Exotix Capital, disse que as prioridades de Mnangagwa serão continuar restaurando a confiança na economia e aumentando as exportações.
“Essa eleição imperfeita teve suficiente transparência, especialmente em comparação com resultados no passado do país, para permitir que o reengajamento continue de maneira suave”, afirmou.
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