Ministro de Merkel diz que teria participado de protestos anti-imigração
Hortst Seehorf, da pasta do Interior, afirma que protestar não torna as pessoas nazistas
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O ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, afirmou nesta quinta-feira (6) que teria participado de protestos contra o esfaqueamento de um homem na cidade de Chemnitz, no leste da Alemanha, em declarações que devem aumentar as divisões na coalizão da chanceler Angela Merkel.
Grupos de extrema direita entraram em confronto com a polícia e perseguiram imigrantes pelas ruas, fazendo a saudação nazista, depois que a polícia prendeu dois estrangeiros suspeitos pelo esfaqueamento.
"As pessoas estão aborrecidas e indignadas por causas desses homicídios e entendo isso", disse Seehofer ao jornal Rheinische Post. "Se eu não fosse ministro, teria ido para as ruas como cidadão, mas claro que não com os radicais."
Seehofer, líder da União Social Cristã (CSU) da Baviera, acrescentou: "Eu entendo quando as pessoas protestam, mas isso não faz delas nazistas".
O governo Merkel se pronunciou contra os protestos em Chemnitz. O ministro do Exterior, Heiko Maas, disse que a população deveria "sair do sofá" e se posicionar contra a xenofobia, enquanto Merkel afirmou que "o ódio não tem lugar na sociedade alemã".
Seehofer tem se posicionado cada vez mais durante contra a imigração, de olho na disputa de seu partido contra a sigla de direita ultranacionalista Alternativa para a Alemanha nas eleições de outubro na Baviera.
Na quarta, ele disse a membros da CSU em um encontro no estado de Brandemburgo que "a migração é mãe de todos os problemas" na Alemanha, enfrentando uma enxurrada de críticas nas redes sociais.
Questionada, Merkel se distanciou do ministro. "Vejo de maneira diferente", disse ela à rede RTL. "A migração apresenta desafios e tivemos alguns problemas, mas também sucessos."
A chanceler acusou ainda a AfD de acirrar as tensões raciais no país. "A AfD está acirrando as tensões e isso tem de ser dito muito claramente. Vejo algumas de suas declarações muito criticamente."
Nesta semana, o líder da AfD, Alexander Gauland, defendeu uma "revolução pacífica" contra a política de imigração de Merkel, o que incluiria banir políticos e jornalistas que apoiem o "sistema Merkel".
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