Papa diz temer derramamento de sangue, mas rejeita tomar lado na Venezuela
Segundo Francisco, apoiar um dos lados causaria problemas
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O papa Francisco disse nesta segunda-feira (28) temer um derramamento de sangue na Venezuela, mas que seria prematuro para ele tomar um dos lados porque isso poderia causar mais problemas.
Na semana passada, o líder da oposição e presidente da Assembleia Nacional Juan Guaidó se declarou presidente encarregado do país, confrontando abertamente o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
EUA, Brasil e diversos países ao redor do mundo reconheceram a liderança de Guaidó, enquanto potências europeias deram um prazo de oito dias para que Maduro convoque eleições, do contrário reconhecerão o oposicionista como presidente interino.
Maduro, no entanto, rejeitou o ultimato.
"Neste momento, apoio todo o povo venezuelano porque eles estão sofrendo", afirmou a bordo do avião papal que o levou de volta ao Vaticano após visita ao Panamá. "Sofro pelo que está acontecendo na Venezuela."
"O que é que me assusta? Derramamento de sangue", afirmou. "O problema da violência me assusta. O derramamento de sangue não resolve nada."
A bordo do avião, um jornalista do México instou o papa a se posicionar, dizendo que os venezuelanos "querem ouvir do seu papa latino-americano".
"Se eu disser 'ouça a esses países' ou 'ouça a aqueles países', me colocaria numa posição que desconheço, seria uma imprudência pastoral e eu causaria problemas", afirmou Francisco.
Nos últimos anos, o Vaticano, bem como líderes europeus e latino-americanos, tentou mediar um diálogo entre Maduro e a oposição, mas a tentativa não prosperou.
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