Descrição de chapéu Venezuela

Na ONU, EUA dizem que países devem 'escolher um lado' quanto à Venezuela

Rússia acusa Washington de articular golpe de Estado contra Venezuela, que oferece 'diálogo'

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Nova York | Reuters e AFP

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeio, afirmou que os países das Nações Unidas devem "escolher um lado" quanto à Venezuela, instando-os a apoiar o líder da oposição Juan Guaidó e pedindo eleições livres e justas o quanto antes, durante reunião do Conselho de Segurança da ONU neste sábado (26).

Na reunião, pedida pelos EUA, Pompeo também defendeu que os países que já expressaram apoio a Guaidó também rompam financeiramente com o regime do ditador Nicolás Maduro, a quem chamou de "ex-presidente".

"Esperamos que cada nação se junte a nós e reconheça o presidente interino Juan Guaidó", afirmou Pompeo.

O secretário de Estado dos EUA, Mile Pompeo, durante reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York - Johannes Eisele/AFP

"Também esperamos que cada uma dessas nações garanta que irá desconectar seus sistemas financeiros do regime Maduro e permita que os recursos que pertencem ao povo venezuelano vão para os líderes de direito daquele país."

"Agora é a hora para que cada nação escolha de que lado está. Sem mais atrasos, sem mais jogos. Ou se está com as forças da liberdade ou na liga de Maduro e de seu caos", afirmou. 

"Chegou a hora de apoiar o povo venezuelano, reconhecer o novo governo liderado pelo presidente interino Juan Guaidó e terminar com esse pesadelo. Não há desculpas."

O chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, disse que Maduro voltou a fazer uma oferta de diálogo aos EUA.

"É nossa intenção estabelecer comunicação e diálogo com o governo do presidente Trump, essa oferta continua na mesa. Isso é o que buscamos fazer desde o primeiro dia de governo", afirmou. ​

Os EUA pediram a reunião com o objetivo de que o CS aprove uma resolução em favor de Guaidó.

Antes da reunião, um rascunho da resolução foi divulgada. “Como as condições na República da Venezuela continuam a se deteriorar, o Conselho de Segurança expressa seu apoio total à Assembleia Nacional como a única instituição eleita democraticamente no país”.

Uma aprovação da resolução implicaria no reconhecimento tácito de Guaidó como chefe de Estado da Venezuela. 

A declaração pede ainda “o início imediato de um processo político que leve a eleições livres e justas com observação eleitoral internacional no mínimo prazo possível”. 

No entanto, a Rússia, que tem poder de veto no CS e é um dos principais aliados de Maduro, rejeitou a resolução de antemão.

Na reunião, o embaixador russo junto à ONU,  Vassily Nebenzia, acusou os EUA de fomentarem um golpe de Estado na Venezuela.

"A Venezuela não representa uma ameaça à paz e à segurança. O que representa uma ameaça para a paz é a tentativa vergonhosa e agressiva dos EUA e de seus aliados de derrubar o presidente da Venezuela, legitimamente eleito", afirmou. 

"Os EUA nunca mudaram sua forma de ver a América Latina, sua zona de interesse exclusiva, o quintal onde podem fazer o que lhes dá vontade", acrescentou. 

Nebenzia afirmou ainda que uma eventual intervenção militar na Venezuela deve ser evitada a todo custo.

"Os EUA disseram que todas as opções estão sobre a mesa, o que é perigoso", afirmou. "Se isso evolui para algo militar será ainda mais lamentável. Pensamos que isso deve ser evitado a todo custo."

Na sexta (25), a agência Reuters afirmou que mercenários de empresas privadas de segurança que prestam serviço para o governo russo foram enviados por Moscou a Caracas para ajudar a proteger Maduro. 

O Reino Unido afirmou, por sua vez, que "o socialismo de Maduro destruiu o país", enquanto o Peru lamentou "a ruptura da ordem constitucional que deu lugar a uma grave crise". 

Mais cedo neste sábado, os governos de Espanha, França, Alemanha e Reino Unido afirmaram que estão dispostos reconhecer Guaidó como presidente interino caso Maduro não convoque eleições no prazo de oito dias.

Já a UE ameaçou aplicar sanções contra o regime Maduro, sob condições semelhantes.

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