Três parlamentares britânicas anunciaram nesta quarta (20) sua saída do Partido Conservador, o mesmo da primeira-ministra Theresa May, por discordar da atuação do governo nas negociações do brexit. Elas também avaliam que a legenda está se aproximando da extrema-direita. A saída das parlamentares é mais uma derrota para a líder do país. 

Heidi Allen, Anna Soubry e Sarah Wollaston irão se juntar ao grupo independente, formado nesta semana por oito ex-membros do Partido Trabalhista, de oposição. 

Em uma carta direcionada a May, as parlamentares criticaram a postura da líder britânica sobre o brexit. "Consideramos inconcebível que um partido confiável na economia, mais do que qualquer outro, esteja agora levando o país, de forma imprudente, rumo ao penhasco de uma saída [da União Europeia] sem acordo".

"Nenhum governo responsável deveria, deliberadamente, infligir as terríveis consequências de uma saída destrutiva a indivíduos, comunidades e negócios. Nós também rejeitamos a falsa escolha binária que você apresentou ao Parlamento, entre um mau acordo ou nenhum acordo [sobre o brexit]. A contagem regressiva até 29 de março [data marcada para a saída da UE] equivale a uma política de saída sem acordo e não estamos preparadas para esperar até que nossos pés estejam na beira do abismo".

As parlamentares também acusaram o Partido Conservador de abandonar seus princípios e de estar adotando ideias ligadas à extrema-direita. "Esse movimento para a direita tem sido exacerbado de modo flagrante. Ele não apenas tem sido tolerado, mas tem sido ativamente bem-vindo em alguns setores [do partido]", escreveram. 

Na carta, o trio diz que irá se posicionar no centro e que poderá apoiar o governo em algumas votações, como as que tratem de fortalecer a economia e de melhorar serviços públicos.