Equador sairá da Unasul, órgão criado por Chávez do qual o Brasil é parte
País também pede devolução de edifício-sede; Brasil suspendeu atividades no grupo em 2018
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O presidente do Equador, Lenín Moreno, anunciou na quarta-feira (13) a decisão de retirar seu país da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e pedir a devolução do prédio que abriga a secretaria-geral do organismo, nos arredores de Quito.
"Hoje quero comunicar ao Equador nossa saída definitiva da Unasul", disse Moreno em rede nacional de rádio e TV, acrescentando que planeja entregar a sede do bloco regional à Universidade Indígena.
Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Peru e Paraguai suspenderam em 2018 suas atividades na União das Nações Sul-Americanas (Unasul) diante da ausência de um secretário-geral.
Com a saída do Equador, o bloco inicialmente integrado por 12 nações fica reduzido a cinco.
"Deixaremos de participar de todas as atividades desta organização. Não consignaremos um centavo a mais nem qualquer verba para seu orçamento", afirmou Moreno.
Sobre a sede da Unasul, um prédio de US$ 43 milhões, Moreno declarou que, "como legítimos donos, também pedimos a devolução do edifício".
"A Unasul entrou em um caminho sem volta há um ano. A metade dos membros não participa nem contribui. A secretaria-geral não tem titular há mais de dois anos, e o pessoal foi reduzido sensivelmente", recordou Moreno.
O grupo, criado por iniciativa do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, morto em 2013, se viu afetado por uma forte divisão política entre seus membros.
O objetivo do organismo era aumentar a integração na região e funcionar como órgão regional sem influência dos EUA, um contraponto à Organização dos Estados Americanos (OEA).
Prosul
O presidente Jair Bolsonaro participará neste mês de uma reunião de presidentes sul-americanos no Chile para discutir a criação do Prosul, organismo internacional para se contrapor à Unasul.
O objetivo do novo grupo é isolar ainda mais o regime do ditador Nicolás Maduro na região.
A cúpula do Prosul foi convocada pelo presidente chileno, Sebastián Piñera, e está programada para 22 de março, em Santiago.
A criação do órgão é uma ideia encabeçada por Piñera, que ainda em janeiro convidou Bolsonaro a se incorporar ao grupo. Outro defensor da proposta é o presidente da Colômbia, Iván Duque.
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