Siga a folha

Estado de Washington é o primeiro a legalizar compostagem humana nos EUA

Lei entra em vigor em 2020; ideia é que restos mortais sejam transformados em solo

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Los Angeles e Washington | AFP e Reuters

O estado de Washington se tornou o primeiro nos EUA a legalizar a compostagem humana, ou seja, o uso de restos mortais para adubar solos. 

A lei  —que descreve o processo como uma  "conversão contida e acelerada de restos humanos em terra"—  foi assinada pelo governador Jay Inslee na terça-feira (21) e  entra em vigor em maio de 2020. Inslee concorre à indicação do Partido Democrata para as eleições presidenciais do ano que vem nos EUA com uma plataforma ecológica. 

Composto feito a partir de materiais compostáveis, em San Francisco, Califórnia - Justin Sullivan - 10.dez.10/ Getty Images/AFP

"Já é hora de aplicar alguma tecnologia, de permitir que alguma tecnologia seja aplicada para essa experiência humana universal. As pessoas deveriam ter a liberdade de decidir o que acontecerá com seus corpos", afirmou à rede CNN o parlamentar estadual Jamie Pederson, que apresentou o projeto de lei. 

"Enterros são problemáticos primeiro porque representam um uso da terra. A cremação é problemática por causa da emissão de gases de efeito estufa e do uso de energia", afirma Katrina Spade, fundadora da Recompose, empresa baseada em Seattle que desenvolveu um processo de compostagem humana que está quase pronto para ser comercializado.

O processo se concentra em acelerar a decomposição natural do corpo, que é colocado em um contêiner, que serve de caixão para o funeral.

Lá é colocado com palha, lascas de madeira e alfafa, e são criadas as condições perfeitas de umidade e oxigenação para que as bactérias façam seu trabalho.

"Tudo, incluindo os dentes e ossos, se transforma em composto", escreveu a Recompose, que durante 30 dias monitora o processo de decomposição. 

Seattle já aprovou uma moratória na construção de cemitérios porque autoridades locais entendem que não se trata de um "bom uso da terra", afirma ela.

Segundo a Associação Nacional de Diretores de Funerais, opções ecológicas para o pós-morte estão "crescendo em popularidade entre os consumidores" nos EUA.

Uma pesquisa de 2018 da associação indicou que metade dos entrevistados expressou interesse em explorar opções "verdes".

Uma delas é o enterro "natural", em que o corpo é colocado em áreas designadas, sem caixão. Outra opção é o uso de caixões biodegradáveis.

A filha do ator Luke Perry, morto em março, afirmou que o pai foi enterrado com um terno feito a partir de cogumelos.

O processo desenvolvido pela Recompose é similar ao utilizado durante décadas nas granjas para processar cadáveres de animais. Foi testado cientificamente no ano passado pela Universidade Estadual de Washington, que usou seis corpos doados por voluntários.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas