Europa deve se unir para enfrentar China, Rússia e EUA, diz Merkel
Em entrevista, chanceler alemã afirma que poder político do bloco não é proporcional a sua força econômica
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A Europa deve se reposicionar para enfrentar seus três grandes rivais globais, China, Rússia e Estados Unidos, e buscar poder político proporcional à força econômica do bloco, afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel.
Em entrevista publicada nesta quarta-feira (15) pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung em parceria com o britânico The Guardian, Merkel disse que a Europa precisa se unir mais para encarar problemas como interferência russa em eleições, a concorrência econômica da China e o monopólio americano de serviços digitais.
“Não há dúvida de que a Europa precisa se reposicionar em um mundo que mudou”, disse, em seu gabinete em Berlim. “As velhas certezas da ordem do pós-guerra não se aplicam mais.”
“Eles [China, Rússia e EUA] estão nos forçando, a todo momento, a encontrar posições comuns. Isso geralmente é difícil dados nossos diferentes interesses. Mas nós temos que conseguir chegar a isso – pense, por exemplo, em nossa política relativa ao conflito na Ucrânia”, afirmou.
Ela também citou estratégias comuns do bloco para a África, algo que “há alguns anos seria impensável”. “Então, nós continuamos dando um passo após o outro. Entretanto, nosso poder político ainda não é proporcional à nossa força econômica.”
Merkel afirmou que seus pares têm que parar de acenar com gestos populistas, criticou a agenda de políticos europeus de ultradireita e disse que “este é um momento em que precisamos lutar por nossos valores e princípios fundamentais”.
“Muitas pessoas estão preocupadas com a Europa, incluindo eu. Isso significa que eu me sinto ainda mais comprometida a me unir aos demais para garantir que a Europa tenha um futuro.”
Segundo a chanceler, sua “maior preocupação” é gerar riqueza econômica suficiente para enfrentar a crise ambiental. Ela afirmou que a Alemanha quer se tornar neutra em carbono até 2050, um “desafio tremendo”.
Falou também sobre o brexit, que considera o maior ponto de virada europeu nos últimos anos, mas acrescentou que a bola agora está com o parlamento do Reino Unido.
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