Siga a folha

Justiça do Sudão acusa ditador deposto por morte de manifestantes

Omar al-Bashir enfrentou quatro meses de protestos e foi derrubado após 3 décadas no poder

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Cartum | Reuters e AFP

O ditador sudanês deposto, Omar al Bashir, foi formalmente acusado de matar manifestantes durante protestos contra seu regime, informou nesta segunda-feira (13) o Ministério Público do país.

"Omar al-Bashir e outras [autoridades] foram incriminados por incitação e participação no assassinato de manifestantes", afirma o comunicado do procurador-geral.

Omar al-Bashir em discurso no Parlamento, em Cartum, dias antes de ser deposto e preso - Mohamed Nureldin Abdallah-1.abr.19/Reuters

As acusações contra Bashir resultaram da investigação sobre a morte de um médico durante os protestos na capital.

No início de maio, Bashir foi interrogado sobre as acusações de lavagem de dinheiro e financiamento de terrorismo.

Em 11 de abril, após meses de protestos, o Exército forçou Bashir a deixar o poder, depois de quase três décadas conduzindo a política com mão de ferro.

Desde que foi deposto e preso, ele não divulgou comentários. 

País africano de língua árabe localizado ao sul do Egito, o Sudão vivia desde 19 de dezembro uma onda de protestos pela queda do ditador, que chegou ao poder em 1989 por meio de um golpe militar que derrubou Sadiq al-Mahd, eleito democraticamente.

Um dos motivos que deram início aos protestos foi a crise econômica —a inflação subiu para 70% nos últimos anos. O país perdeu importantes receitas com petróleo após a independência do Sudão do Sul, conquistada em plebiscito em 2011. O estopim das manifestações foi o aumento do preço do pão, cujos subsídios haviam sido cortados pelo governo.​ 

Recaem sobre Bashir acusações de massacres e estupros coletivos cometidos pelo Exército em Darfur, na região sudoeste, em um conflito que já deixou mais de 300 mil mortos (a maioria não árabe) desde 2003.

Ele é considerado foragido pelo Tribunal Penal Internacional, em Haia (Holanda), responsável por julgar crimes contra a humanidade.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas