Siga a folha

Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Indicação de filho para embaixada é o maior erro de Bolsonaro até agora, diz presidente da CCJ

Para Simone Tebet, possível escolha pode expor fragilidade que governo ainda não tem no Senado

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

A possibilidade de indicar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como embaixador do Brasil nos Estados Unidos é o pior erro do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nestes primeiros seis meses de governo.

Esta é a avaliação da presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Tebet também integra como suplente a CRE (Comissão de Relações Exteriores), colegiado que sabatina e aprova ou rejeita indicações de embaixadores.

A senadora senadora Simone Tebet (MDB-MS) em seu gabinete em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress

"Foi talvez o maior erro do presidente até agora, até porque envolve o próprio filho, sem ter pelo menos tentado entender qual o sentimento hoje do Senado", disse a senadora.

"A sabatina expõe demais o governo e pode dar uma fragilidade que o governo ainda não tem na Casa."

Tebet diz acreditar que, se fosse hoje, o nome de Eduardo não seria aprovado. 

"Hoje, ele corre sérios riscos de mandar para o Senado e ser derrotado. A votação é secreta, não tem precedentes no mundo, em países democráticos. Há discussões jurídicas e constitucionais se entraria no caso de nepotismo ou não. E entra até no mérito da questão, se ele está preparado ou não", disse a presidente da CCJ.

Tebet também criticou a declaração de Bolsonaro de que quer indicar um ministro "terrivelmente evangélico" para a próxima vaga que surgir no STF (Supremo Tribunal Federal). Para ela, o presidente foi amador.

"Ele pode escolher um evangélico, como um católico ou um ateu, é um direito que ele tem. Mas, a meu ver foi, no mínimo, uma declaração equivocada, para não dizer, de amador. O presidente erra mais ao falar do que ao agir. Se não tivesse falado, mas tivesse indicado alguém 'terrivelmente evangélico', seja lá o que isso significa, não estaríamos falando nada aqui. Estaríamos vendo se é capaz ou não é capaz", afirmou.

Tebet também elencou como erro de Bolsonaro "querer ir contra as instituições democráticas".

"Se tivesse que fazer alguma crítica ao presidente —que eu acho que é bem intencionado, quer combater a corrupção—, é a falta de uma visão maior de país. Muito preocupado com a questão ideológica, com a pauta de costumes, de falar para o seu eleitorado em alguns pontos específicos de promessa de campanha que ele tem quatro anos para cumprir. Não precisa cumprir todas agora", afirmou Simone Tebet.

"A impressão que eu tenho é que ele está administrando no varejo, quando o Brasil precisa de atacado. Ele precisa abrir o leque, dizer 'eu tenho a pauta econômica, que não é só a reforma da Previdência, uma pauta de costumes e uma pauta de serviços públicos, políticas públicas'. Parece um samba de uma nota só."

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas