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Sobe para oito número de mortos em liberação de refinaria na Bolívia

Total de vítimas chega a 32, e ex-presidente Evo Morales fala em 'genocídio'

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La Paz | AFP e Reuters

Subiu para oito o número de mortos na operação policial-militar de terça-feira (19) em uma refinaria de combustíveis em El Alto, cidade vizinha de La Paz, na Bolívia. Há registro de que pelo menos duas dessas pessoas morreram por ferimentos causados por armas de fogo.

O primeiro balanço falava em três mortes, e um segundo contabilizava seis. O novo total foi confirmado pelo Instituto Médico Legal da Procuradoria Geral. Com isso, chegam a 32 as vítimas em um mês de violentos confrontos entre manifestantes e forças de segurança no país.

Pneus em chamas bloqueiam estrada de acesso a refinaria em El Alto, próxima a La Paz - Aizar Raldes/AFP

Para tentar desbloquear a saída da refinaria, que tinha sido fechada com pilhas de pneus em chamas por apoiadores do ex-presidente Evo Morales, a polícia e as forças militares usaram helicópteros e blindados. 

Os manifestantes ocupavam o local havia alguns dias e impediam a saída dos caminhões-tanques que deveriam levar combustível para La Paz, que está afetada por uma grave crise de abastecimento.

Asilado no México, Evo Morales —que renunciou no dia 10 de novembro, sob pressão de manifestantes, grupos civis e Forças Armadas— fez um chamado à comunidade internacional, no Twitter,  para frear o que chamou de "massacre de irmãos indígenas que pedem paz, democracia e respeito à vida". Ele se referiu nominalmente à CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) e à ONU.

Depois, em uma entrevista coletiva na Cidade do México, Evo falou em "genocídio". "Estão matando meus irmãos e irmãs."

O ministro do Interior do governo interino, Arturo Murillo, acusou o ex-presidente de fazer "terrorismo". Ele apresentou um áudio atribuído a Evo em que um homem instrui um líder cocaleiro a fechar os acessos às cidades e interromper o abastecimento de alimentos.

"Que não entre comida nas cidades, vamos bloquear, cerco de verdade", diz um trecho da gravação. 

Para o ministro, o áudio configura um "crime de lesa-humanidade", e o governo vai apresentar uma "demanda internacional" sobre ele.

A divulgação da gravação ocorre enquanto a autoproclamada presidente interina, Jeanine Añez, promete que convocará eleições nas próximas horas.

O anúncio ocorre oito dias após ela ter se declarado líder do país a partir de uma interpretação controversa da Constituição, ocupando um vácuo de poder provocado pelas renúncias conjuntas de Evo Morales, do vice-presidente e dos chefes do Senado e da Câmara.

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