Seis morrem em protestos na Índia, e governo bloqueia internet na capital
Dia foi o mais violento no país desde o início da atual onda de atos contra nova lei de cidadania
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Ao menos seis pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta sexta-feira (20) durante confrontos entre policiais e manifestantes na Índia. Foi o dia mais violento na atual onda de protestos contra uma nova lei de cidadania, acusada de discriminar muçulmanos.
O governo também bloqueou a internet na capital, Nova Déli, em uma tentativa de conter os atos, que continuam se espalhando por diferentes partes do país.
O bloqueio atingiu diferentes pontos da cidade e tinha como objetivo dificultar que manifestantes conseguissem organizar atos contra o premiê Narendra Modi.
Segundo a ONG americana Access Now, a Índia é o país que mais bloqueia a internet no mundo —são 373 casos desde 2012 (o levantamento não leva em conta países que restringem o acesso à rede de maneira frequente, como China e Coreia do Norte). Mas essa foi a primeira vez que o bloqueio atingiu a capital.
Desde o início da atual onda de protestos, na semana passada, já tinham sido registrados bloqueios nos estados de Assam, Tripura, Meghalaya, Arunachal Pradesh, Bengala Ocidental, Karnataka e Uttar Pradesh.
Além disso, a internet tinha sido suspensa por mais de quatro meses no estado de Jammu e Caxemira depois que Modi decidiu intervir na região e retirou a autonomia do governo local em agosto.
A interrupção da internet, porém, não tem impedido os atos contra o governo. Em Nova Déli, cerca de 6.000 manifestantes protestaram aos gritos de "removam Modi" próximos a uma mesquita nesta sexta, desafiando uma ordem do governo que proibiu atos na região.
O grupo entrou em confronto com a polícia e com grupos paramilitares, e 34 pessoas foram presas.
Os maiores registros de violência aconteceram em Uttar Pradesh, o estado mais populoso do país e palco crescente de tensão entre a maioria hindu e a minoria muçulmana.
Além das seis mortes, a polícia local confirmou que 32 pessoas ficaram feridas e 144 foram presas nos confrontos em diferentes cidades do estado.
Em diversos locais, os manifestantes ergueram barricadas nas ruas e jogaram pedras nos policiais, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água.
Os protestos questionam a nova lei de cidadania, aprovada no último dia 11. Segundo ela, membros de grupos religiosos, como hindus e cristãos, vindos de vizinhos como Bangladesh, Paquistão e Afeganistão e que se estabeleceram na Índia antes de 2015, poderão pleitear cidadania por causa da perseguição nos seus lugares de origem.
Mas a lei não oferece a mesma proteção para muçulmanos, 14% da população da Índia. Críticos afirmam que o governo de Modi, um nacionalista hindu, ameaça a tradição secular do país.
Apesar dos confrontos violentos, o governo afirma que não revogar a nova lei.
Desde o início dos protestos na semana passada, 13 pessoas já morreram nos confrontos entre manifestantes e forças de segurança —a polícia disse que não disparou contra a população civil.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters