O respeitado historiador indiano Ramachandra Guha foi detido na cidade de Bangalore nesta quinta (19) por protestar em frente à prefeitura local contra a nova lei da cidadania do país.
Segundo a lei aprovada na semana passada, membros de minorias religiosas, como hindus e cristãos, vindos de vizinhos como Bangladesh, Paquistão e Afeganistão e que se estabeleceram na Índia antes de 2015, poderão pleitear cidadania devido à perseguição em seus lugares de origem.
No entanto, a nova lei não oferece a mesma proteção para muçulmanos. Críticos argumentam que o governo hindu nacionalista está tentando impor uma pauta partidária que se choca com a fundação do país como república secular, marginalizando os mais de 170 milhões de muçulmanos do país.
Segundo o site The Times of India, Guha foi levado pela polícia até um carro estacionado próximo ao local.
As forças de segurança afirmaram que ele e outros manifestantes violaram ordens que proibiam manifestações na cidade.
Guha foi preso junto a outros intelectuais e professores. "Estou protestando de maneira não violenta, mas veja, eles estão nos impedindo", disse.
Cerca de 200 ativistos foram detidos na cidade ao sul da Índia. Organizadores de protestos disseram que milhares estiveram presentes em quatro manifestações nesta quinta em Bangalore.
Ramchandra Guha é especializado em história da Índia, com pesquisas em história ambiental, social e política.
Ele é colaborador de revistas acadêmicas e foi professor visitante da London School of Economics, na Inglaterra. Escreveu "A Índia Após Gandhi - História da Maior Democracia do Mundo".
As marchas e comícios organizados por estudantes universitários, acadêmicos, grupos muçulmanos minoritários e partidos da oposição contra a lei aprovada pelo governo nacionalista hindu persistem apesar das medidas legais para sufocá-los.
Na capital financeira, Mumbai, mais de 5.000 manifestantes se reuniram nesta quinta, forçando a polícia a impor restrições de trânsito.
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