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Bolsonaro desiste de ir ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça

Segundo porta-voz da Presidência, decisão não tem a ver com conflito entre Irã e Estados Unidos

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Brasília

O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, afirmou nesta quarta-feira (6) que o presidente Jair Bolsonaro desistiu de participar do Fórum Econômico Mundial, em ​Davos, na Suíça.

O encontro, que ocorrerá entre 21 e 24 de janeiro, é realizado anualmente numa estação de esqui nos Alpes Suíços, e é conhecido por reunir nomes importantes da área econômica, além de chefes de Estado.

Barros negou que o cancelamento da viagem tenha relação direta com a crise no Oriente Médio e afirmou que outra autoridade deve representar Bolsonaro, embora ainda não se saiba quem será.

"Não há absolutamente, neste momento, qualquer ligação com o fato há pouco lá no Irã, no Iraque, envolvendo os Estados Unidos também", afirmou o porta-voz.

Segundo ele, uma série de fatores levou a decisão de Bolsonaro. Barros apontou, entre ele, questões econômicas, de segurança e políticas, sem apresentar detalhes.

"O presidente e a equipe de assessores analisam uma série de aspectos: econômicos, de segurança, políticos. O somatório destes aspectos, quando levados à apreciação do presidente, lhe permitiu avaliar que não seria o caso, neste momento, participar deste fórum", explicou o auxiliar de Bolsonaro.

O próprio presidente Bolsonaro disse na segunda-feira (6) que poderia não ir a Davos por "questões de segurança".

Questionado na ocasião se a reavaliação da agenda teria alguma relação com a escalada das tensões no Oriente Médio entre os EUA e o Irã, o mandatário disse que a decisão final de ir ou não dependeria do cenário mundial. 

"Pode ser, de acordo com o que acontecerá até lá. A gente acompanha diariamente via GSI (Gabinete de Segurança Institucional), via Abin (Agência Brasileira de Inteligência), via Polícia Federal. Tem representante fora do Brasil, outras fontes, né? O que está acontecendo no mundo", afirmou.

Embora a viagem ao fórum empresarial tenha sido cancelada, Bolsonaro deve manter sua visita oficial à Índia. A data dessa viagem, segundo o porta-voz, pode ainda sofrer alterações.

O presidente participa das comemorações pelo dia da República na Índia, em 26 de janeiro. Inicialmente, ele sairia de Davos no dia 24 e iria direto para o país. Agora, este cronograma está em aberto.

Davos foi a primeira viagem internacional de Bolsonaro como presidente, na edição do ano passado. 

Em 22 de janeiro de 2019, ele fez um rápido discurso de oito minutos. Incluindo o tempo reservado às perguntas, a sessão com o presidente brasileiro durou apenas 15 minutos, o que é incomum para um chefe de Estado que dispunha de meia hora para falar. 

Na intervenção no ano passado, o presidente defendeu que o Brasil lidere pelo exemplo e afirmou que os países precisam cooperar.

“Hoje em dia um precisa do outro. O Brasil precisa de vocês, e vocês com certeza precisam do nosso querido Brasil”, discursou Bolsonaro.

A expectativa dos investidores à época era que Bolsonaro detalhasse suas reformas, o que não aconteceu.

Davos é considerado uma oportunidade para que os governantes apresentem suas políticas econômicas para os maiores investidores internacionais. 

O ex-presidente Michel Temer (MDB) não participou da edição de 2017 do fórum, mas esteve presente no ano seguinte.

Já a ex-presidente Dilma Rousseff compareceu apenas uma vez no evento suíço, em 2014.

Os chefes de governo também aproveitam Davos para realizar encontros bilaterais. Em sua estadia no ano passado, Bolsonaro esteve em reuniões desse tipo com os governantes da Itália, Suíça, Japão, Holanda, República Tcheca, Polônia, Ucrânia, África do Sul e Colômbia.

Para este ano, ao menos dois encontros bilaterais com Bolsonaro tinham sido solicitados: um pelo presidente polonês, Andrzej Duda, e outro por Charles Michel, presidente do Conselho Europeu.

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