Bolsonaro faz live para assistir a discurso de Trump e critica Lula sobre o Irã

Petista havia chamado presidente de 'lambe-botas' de Trump e afirmado que Brasil não deveria se envolver no conflito

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Brasília

Em mais uma manifestação de apoio aos Estados Unidos no conflito contra o Irã, o presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quarta-feira (8) que o Brasil deve repudiar o terrorismo e criticou a postura dos governos petistas em relação ao país do Oriente Médio.

Jair Bolsonaro assiste ao discurso do presidente americano, Donald Trump, sobre os conflitos com o Irã, em live veiculada nesta quarta (8) no Facebook
Jair Bolsonaro assiste ao discurso do presidente americano, Donald Trump, sobre os conflitos com o Irã, em live veiculada nesta quarta (8) no Facebook - Reprodução

Em vídeo, o presidente ironizou a crítica feita a ele de que o Brasil não deveria se posicionar sobre a disputa externa e respondeu a uma declaração feita mais cedo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em mensagens nas redes sociais, o petista defendeu que o momento não é adequado para o Brasil se envolver na briga e chamou Bolsonaro de um "lambe-botas" do presidente americano Donald Trump.

"A nossa Constituição aqui diz, no artigo quarto: A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: a defesa da paz e no repúdio ao terrorismo", respondeu Bolsonaro no vídeo.

Na live de dez minutos, Bolsonaro fez questão de ser filmado assistindo ao discurso do presidente dos Estados Unidos. A transmissão vista por ele era feita pela GloboNews, canal que integra o Grupo Globo, alvo frequente de critícas do presidente.

"Muitos acham que o Brasil deve se omitir no tocante aos acontecimentos. Queira dizer apenas uma coisa. O senhor Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto presidente da República, esteve no Irã", afirmou.

Em 2010, o petista viajou para o Irã e participou das negociações sobre um acordo nuclear que limitou a utilização pelo país do urânio enriquecido a 20%, suficiente para reatores de pesquisa, mas insuficiente para fabricação de bomba. O acordo não foi fechado.

Na gravação, no entanto, Bolsonaro acusou Lula de ter defendido, na época, ao então presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que o país enriquecesse urânio acima do percentual mínimo estipulado, apesar de o acordo definir o contrário.

"Nós temos que seguir as nossas leis. Nós não podemos extrapolar. Mas acredito que a verdade tem que fazer parte do nosso dia a dia, porque nós queremos paz no mundo", afirmou. "O senhor Lula, enquanto presidente, esteve no Irã e lá defendeu, naquela época, que aquele país enriquecesse urânio acima de 20%, que era para fins pacíficos", acrescentou.

Em nota, o PT disse que Bolsonaro mentiu em sua manifestação. "A mentira, reproduzida pelos meios de comunicação, é facilmente desmascarada com uma simples busca no Google", diz o comunicado.

Indagado por um jornalista sobre a manifestação de Lula, o porta-voz do governo, general Otávio Rêgo Barros, retrucou.

"Seria muito interessante buscar as informações do governo deste cidadão que está sendo citado na pergunta para verificar quem está mentindo", afirmou Rêgo Barros sustentando a declaração de Bolsonaro.

No discurso, assistido por Bolsonaro, Trump disse que o Irã está "se acalmando", que Washington vai impor novas sanções e que a pressão econômica é a melhor arma do país.

O americano voltou a repetir que não permitirá que o Irã tenha acesso a armas nucleares e que os dois países deveriam trabalhar juntos em assuntos prioritários, como a luta contra o Estado Islâmico.

​Bolsonaro não falou sobre o assunto com os jornalistas. O porta-voz afirmou que o presidente entendeu o discurso de Trump como "um pronunciamento sereno e ao mesmo tempo firme, evitando ampliar a crise e defendendo os interesses dos Estados Unidos, o que seria natural a qualquer chefe de Estado".

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