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Macron convida europeus para parcerias militares e diz que França reduziu arsenal nuclear

Após o brexit, país é o único da União Europeia com arma atômica

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Paris | AFP

O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu nesta sexta-feira (7) que os europeus não sejam meros espectadores da corrida armamentista mundial e pediu a seus aliados que participem da política francesa de dissuasão nuclear. Ele propôs também a criação de uma agenda internacional de controle de armamentos.

"A França mobilizará os sócios europeus para estabelecer as bases de uma estratégia internacional comum que poderemos propor em todos os foros em que a Europa é ativa", declarou ele, em um discurso muito esperado sobre a estratégia de defesa e de dissuasão nuclear francesas.

O presidente francês Emmanuel Macron, durante evento em Paris - Stephane de Sakutin - 5.fev.2020/AFP

No pronunciamento, Macron destacou que seu país reduziu o tamanho de seu arsenal para menos de 300 ogivas nucleares.

Os europeus não podem "se limitar a um papel de espectadores" frente à corrida nuclear, destacou o presidente, na presença dos ministros dos Assuntos Exteriores (Jean-Yves Le Drian) e das Forças Armadas (Florence Parly) e de vários diplomatas estrangeiros.

Um estudo elaborado pelo Ministério da Defesa do Brasil, relevado nesta sexta (7) pela Folha, mostra que o país considera a França como uma ameaça militar pelos próximos 20 anos

Macron propôs ainda um diálogo estratégico sobre o papel da dissuasão nuclear francesa para a segurança da Europa. Com a saída do Reino Unido da União Europeia, a França é o único país do bloco que tem arma atômica.

"A última década viu os equilíbrios estratégicos, políticos, econômicos, tecnológicos, energéticos e militares sendo amplamente postos em xeque, e hoje nós vemos ressurgir o que pode prejudicar a paz conquistada após tantos dramas no nosso continente", advertiu.

Segundo ele, o mundo está diante de uma competição global entre os Estados Unidos e a China, de um esvaziamento acelerado da ordem jurídica internacional e de uma desintegração da arquitetura de controle dos armamentos na Europa, em referência ao fim de um acordo de não-proliferação nuclear entre EUA e Rússia que venceu e não foi renovado.

Em resposta a esses desafios, Macron defende que a Europa tenha uma maior autonomia estratégica.

Macron assegurou que a capacidade nuclear francesa "reforça a segurança da Europa pelo fato de existir e também tem uma dimensão autenticamente europeia".

Dois meses depois de uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) bastante tensa, ele insistiu que "a França está convencida de que a segurança da Europa em longo prazo passa por uma aliança forte com os Estados Unidos".

"Mas nossa segurança passa também, inevitavelmente, por uma maior capacidade de ação autônoma dos europeus", concluiu.

Com cerca de 1h15 de duração, o discurso é um exercício imposto a cada presidente francês, comandante em chefe das Forças Armadas e responsável pela doutrina de dissuasão nuclear, considerada pela França como a pedra angular de sua estratégia de defesa e garantia de seus interesses nacionais.

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