Siga a folha

Após morte de homem negro por policiais em Atlanta, manifestantes queimam restaurante

Rayshard Brooks foi baleado depois de resistir a ser detido por oficiais

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Atlanta | Reuters

Ativistas antirracismo fecharam no sábado (13) uma importante rodovia em Atlanta e queimaram um restaurante da rede Wendy's, no qual um homem negro foi morto a tiros por policiais brancos no dia anterior.

O incidente deve aumentar as tensões no país em torno da violência policial contra negros —questão que provocou as manifestações em diversas cidades dos EUA após a morte de George Floyd no final de maio.

O restaurante ficou em chamas por mais de 45 minutos antes que as equipes de bombeiros chegassem para extinguir o incêndio, de acordo com a televisão local. O prédio, no entanto, já havia sido reduzido a escombros carbonizados.

Outros manifestantes se colocaram na rodovia interestadual 75, parando o tráfego, antes que a polícia usasse uma fila de viaturas para detê-los.

Restaurante da rede Wendy's incendiado após morte de homem negro por agentes brancos no estacionamento da loja, em Atlanta - Elijah Nouvelage - 13.jun.20/Reuters

A chefe de polícia da cidade, Erika Shields, renunciou devido à ação na noite de sexta-feira (12) que resultou na morte de Rayshard Brooks, 27 —o episódio de violência foi capturado em vídeo. A prefeita, Keisha Lance Bottoms, aceitou o pedido de demissão.

Shields, uma mulher branca nomeada chefe de polícia em dezembro de 2016, deve ser substituída interinamente pelo vice-chefe Rodney Bryant, um negro, segundo a prefeita.

O confronto ocorreu depois que a polícia foi chamada à unidade do Wendy’s devido a um relato de que Brooks havia adormecido na fila do drive-thru. Os policiais tentaram prendê-lo após ele ser submetido a um teste de embriaguez, no qual foi reprovado.

O vídeo gravado por uma testemunha mostra Brooks lutando com dois policiais no chão do lado de fora do restaurante antes de se libertar e atravessar o estacionamento, segurando o que parece ser o “taser” —arma de choque— de um dos policiais.​

Um segundo vídeo, com imagens das câmeras do restaurante, exibe a vítima se virando enquanto corre e possivelmente apontando o "taser" para os policiais que o perseguiam, antes de um deles disparar a arma. Brooks cai no chão em seguida.​

Ele era pai, e sua filha comemorava o aniversário no sábado, afirmaram seus advogados.

O departamento de polícia demitiu Garrett Rolfe, o policial que atirou e matou Brooks, disse o porta-voz da polícia, Carlos Campos. Rolfe era parte das forças de segurança de Atlanta desde outubro de 2013.

“Não acredito que isso tenha sido um uso justificado de força letal e pedi o desligamento imediato do policial”, informou a prefeita, em entrevista coletiva.

O outro oficial envolvido no incidente, Devin Bronsan, foi posto em licença administrativa —ele é parte do quadro de funcionários desde setembro de 2018.

Advogados que representam a família de Brooks disseram a jornalistas que a polícia não tinha o direito de usar força letal, mesmo que ele tivesse disparado o "taser", uma arma não letal, na direção dos oficiais.

"Você não pode atirar em alguém a menos que ele esteja apontando uma arma para você", disse o advogado Chris Stewart.

A morte de Brooks ocorre após semanas de manifestações nas principais cidades dos EUA, provocadas pela morte de George Floyd, um afro-americano asfixiado em 25 de maio após um oficial branco de Minneapolis se ajoelhar no seu pescoço por quase nove minutos enquanto o detinha.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas