Siga a folha

Descrição de chapéu Governo Trump

Em medida eleitoreira, EUA suspendem vistos para trabalhadores qualificados

Governo Trump diz que medida deve proteger 525 mil empregos para americanos

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Washington | Reuters e AFP

O presidente americano, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (22) uma ordem executiva para suspender alguns tipos de visto de trabalho para estrangeiros —segundo o governo, a mudança visa proteger os americanos durante a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus.

A medida, que passa a valer na quarta (24), envolve os vistos do tipo H-1B, para trabalhadores qualificados, e do tipo L-1, para aqueles profissionais transferidos dentro de uma mesma empresa.

Fica proibida também a entrada de pessoas de vistos H-2B, usados por trabalhadores sazonais, com exceção daqueles que atuam na indústria de serviços alimentícios.

Donald Trump discursa em comício na cidade de Tulsa, no estado americano de Oklahoma - Nicholas Kamm - 20.jun.20 / AFP

A mudança não se aplica aos estrangeiros que já estejam trabalhando no país —e deve liberar cerca de 525 mil empregos para cidadãos dos EUA, segundo a Casa Branca.

A suspensão afeta ainda os vistos do tipo J (para programas de intercâmbio cultural nos EUA) que permitirem trabalho. Continuam podendo entrar no país, no entanto, os portadores de visto H-2A, destinados a trabalhadores agrícolas temporários. As restrições serão válidas até 31 de dezembro deste ano.

Com a pandemia, a economia americana perdeu 20,5 milhões de empregos apenas em abril, a maior destruição de vagas desde a Grande Depressão, quando não existiam estatísticas oficiais do governo. Estima-se que em 1933 um quarto dos americanos estivessem sem trabalho.

A taxa de desemprego saltou de 4,4%, registrados em março, para 14,7%. Em fevereiro, antes do início da crise, ela era de 3,5%.

Os EUA continuam como o epicentro da Covid-19 no mundo, contabilizando mais de 2,2 milhões de infectados e mais de 120 mil mortes em decorrência da doença.

Nesta segunda-feira, Trump também anunciou a renovação de uma ordem assinada por ele em abril, que suspendia temporariamente a emissão do green card, visto que garante a residência de estrangeiros nos EUA. Segundo o funcionário do governo, essa medida liberou para trabalhadores americanos cerca de 50 mil vagas no país.

A Câmara de Comércio dos EUA e diversas empresas criticaram a decisão de Trump. A Business Software Alliance, uma aliança de empresas de software que inclui a Microsoft, disse que a decisão de restringir o emprego de profissionais estrangeiros altamente qualificados pode impactar negativamente a economia do país, diminuindo ainda mais o número de empregos para americanos.

Os críticos das medidas de Trump dizem ainda que o presidente está usando a pandemia para cumprir uma promessa de longa data de limitar a imigração para os Estados Unidos e assim agradar sua base eleitoral.

Em março deste ano, sob o pretexto de proteger a saúde dos americanos, o presidente fechou as fronteiras do país com o México e com o Canadá para travessias consideradas não essenciais e implementou regras que permitem a rápida deportação de imigrantes capturados nas fronteiras.

Trump é candidato à reeleição em novembro —quando os democratas tentarão voltar à Casa Branca com Joe Biden.

Mas a recessão econômica na esteira da crise sanitária e os protestos contra o racismo e a violência policial nos EUA fizeram despencar a popularidade do republicano, colocando em xeque a tática incendiária do americano para ser reconduzido ao cargo.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas