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Cuba liberta jornalista independente após 1 ano de prisão

Condenado por 'resistência e desobediência', Roberto Quiñones aparece abatido após ser solto

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Havana | AFP

O jornalista cubano independente Roberto Quiñones foi libertado nesta sexta-feira (4) após cumprir sua condenação a um ano de prisão, em um caso que gerou críticas internacionais, inclusive por parte do governo dos EUA.

Quiñones, 62, é jornalista do meio de oposição Cubanet desde 2012 e foi condenado no dia 7 de agosto de 2019 pelo tribunal municipal de Guantánamo, no extremo leste de Cuba, por “resistência e desobediência”.

O jornalista cubano Roberto Quiñones antes da prisão - Cubanet

Nas fotos da libertação, ele aparece muito magro e abatido. O portal Cubanet publicou imagens de antes e depois da prisão para mostrar "as marcas físicas da injustiça".

"Acabo de chegar em casa, faz aproximadamente uma hora que me liberaram e ainda estou um pouco desorientado, porque foi um ano inteiro de cadeia”, declarou Quiñones à AFP, por telefone.

Ele disse que estava tentando se reajustar "depois de cumprir uma sanção injusta, porque não cometi o delito que eles [o governo] me imputaram”. “Nunca vou estar de acordo com a condenação”, afirmou.

Segundo Quiñones, ele teve “todos os benefícios” negados na prisão, inclusive “algumas visitas” de sua esposa. Ele disse que recebeu pressões e ameaças para deixar de escrever para o Cubanet, mas completou que “não é um homem que responda a esse tipo de pressões e não vai trair seus princípios”.

Seu caso ganhou repercussão internacional. Em agosto do ano passado, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, criticou no Twitter “as injustiças cometidas contra o jornalista cubano Roberto Quiñones, preso por informar sobre a repressão da liberdade religiosa em Cuba”.

Nesta sexta, o subsecretário de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental do governo americano, Michael Kozak, postou na mesma rede social que "ninguém deve usar a libertação de Roberto Quiñones para esquecer sua prisão injusta por simplesmente exercer sua profissão". "O regime cubano usa qualquer desculpa para silenciar seus críticos, tratar seus cidadãos com crueldade, violar direitos humanos e negar liberdade de expressão e julgamentos justos", escreveu.

Os Estados Unidos "se unem àqueles que pedem sua libertação e insta nossos sócios democráticos a se unirem a nós para assegurar que o respeito aos direitos humanos seja um requisito para qualquer acordo com Cuba”, disse.

Quiñones agradeceu aos “meios, organizações internacionais, ao governos dos Estados Unidos e a todos os que intercederam” por ele.

A organização internacional Repórteres sem Fronteiras colocou Cuba na posição 171 (de 180) em seu ranking 2020 sobre liberdade de imprensa no mundo.

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