Descrição de chapéu Governo Trump

EUA aumentam pressão sobre Cuba e proíbem voos privados para a ilha

Washington cita apoio de Havana à ditadura venezuelana como justificativa

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Washington | AFP e Reuters

O Departamento de Transportes dos EUA anunciou nesta quinta-feira (13) a suspensão de voos privados fretados com destino a Cuba, aumentando a pressão econômica dos EUA sobre o governo cubano.

"O regime usa recursos vindos do turismo para financiar seus abusos e sua interferência na Venezuela. Ditadores não podem se beneficiar das viagens americanas", escreveu o secretário de Estado, Mike Pompeo, em uma rede social.

Passageiros desembarcam em agosto de 2016 no aeroporto de Santa Clara, em Cuba, após viajarem no primeiro voo comercial entre os EUA e a ilha desde 1961
Passageiros desembarcam em agosto de 2016 no aeroporto de Santa Clara, em Cuba, após viajarem no primeiro voo comercial entre os EUA e a ilha desde 1961 - Yamil Lage - 31.ago.16/AFP

A medida suspende todos os voos fretados entre os Estados Unidos e os aeroportos de Cuba.

São exceções, mediante autorização específica, os voos charter que tenham finalidade médica, de emergência e de busca e resgate.

Também ficam fora do veto os voos públicos fretados —aqueles em que uma pessoa ou empresa aluga um avião e vende passagens abertamente a viajantes— desde que eles tenham autorização do governo americano e o aeroporto de Havana como destino ou origem.

Para a maioria dos voos privados fretados existentes, a suspensão entra em vigor em 13 de outubro. O decreto foi emitido no aniversário de Fidel Castro, morto em 2016, observou um funcionário dos EUA.

Em maio, o Departamento de Transportes impôs um limite anual de 3.600 voos fretados para Cuba. Na prática, a medida manteve o volume dessa modalidade de tráfego aéreo no nível de 2019, impedindo que houvesse aumento.

Em outubro passado, os Estados Unidos vetaram voos regulares para todas as cidades cubanas, exceto Havana. Poucos meses depois, em janeiro, o Departamento de Transporte ampliou a restrição e proibiu também os voos fretados de pousar nos aeroportos fora da capital.

O presidente do Conselho de Comércio e Economia Estados Unidos-Cuba, John S. Kavulich, afirmou que, desde que o ex-presidente Barack Obama (2009 - 2017) restabeleceu o tráfego aéreo comercial com a ilha, a importância dos voos privados diminuiu.

“Não vai haver um impacto substancial”, previu o especialista, mas indicou que serão afetadas as visitas de celebridades e empresários que utilizam esses voos para chegar à ilha.

O anúncio desta quinta ocorre após a imposição de outras sanções pelos EUA, como a suspensão de cruzeiros, a proibição de alugar aviões para a companhia aérea estatal Cubana de Aviación e restrições ao envio de remessas de dinheiro à ilha.

Após décadas de relações diplomáticas cortadas, Washington e Havana passaram por um período de aproximação diplomática promovida por Obama.

Mas desde a chegada de Trump à Casa Branca, em 2017, os EUA reforçaram o embargo à ilha que está em vigor desde 1962, sob o argumento de que o regime comete violações de direitos humanos e apoia o ditador venezuelano Nicolás Maduro.

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