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Descrição de chapéu Eleições EUA 2020

Durante debate, Biden arrecada doação recorde de R$ 21 milhões

Para 60% dos eleitores nos EUA, democrata se saiu melhor que Donald Trump

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Reuters

Dominado pelo tom caótico imposto pelo presidente Donald Trump, o primeiro debate entre os dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos teve um resultado mais favorável ao democrata Joe Biden, mostram pesquisas divulgadas após a disputa na noite de terça-feira (29).

E o desempenho rendeu a Biden um novo recorde de arrecadação de fundos.

Em entrevista após o debate, Kate Bedingfield, coordenadora da campanha do democrata, disse que, em uma hora, foram arrecadados US$ 3,8 milhões (R$ 21,4 milhões), resultado comemorado por outros membros da campanha como o "melhor de todos os tempos".

Segundo levantamento do instituto SRSS, feito a pedido da CNN, 60% dos eleitores afirmaram acreditar que Biden se saiu melhor no encontro do que o atual presidente.

O presidente Donald Trump e o ex-vice-presidente Joe Biden debatem pela primeira vez - Brian Snyder/Reuters

Para 28%, o republicano é quem saiu ganhando, enquanto 5% dizem acreditar que os dois candidatos tiveram desempenho semelhante e 6% afirmam que nenhum deles ganhou. O nível de confiança da pesquisa, que ouviu 568 eleitores, é de 95%.

No evento, Biden mandou que Trump calasse a boca e disse que ele é o pior líder da história do país. Segundo Bedingfield, porém, o democrata se destacou por se dirigir diretamente aos americanos.

"Joe Biden demonstrou a liderança e o temperamento que os americanos ao redor do país procuram", disse a marqueteira. "Tinha um presidente no debate nesta noite, e não era a pessoa que veio no Air Force One [avião oficial do presidente dos EUA]".

Outra pesquisa, realizada pelo instituto YouGov a pedido da CBS News, dá a Biden uma vantagem um pouco mais modesta. Os números apontam que 48% dos entrevistados afirmam achar que o ex-vice de Barack Obama saiu vitorioso do debate, enquanto 41% dizem acreditar que a vantagem foi de Trump.

Para 10% dos entrevistados, o confronto terminou empatado.

A pesquisa também se propôs a mensurar a avaliação do debate sob a perspectiva dos eleitores. Para 83%, o tom geral foi negativo. Sete em cada dez entrevistados (69%) ficaram irritados com o que viram na TV, e 31% consideram o debate uma espécie de entretenimento.

Apenas 9% dos eleitores se sentiram inspirados pelo desempenho dos presidenciáveis, e 17% disseram que o debate os deixou informados. A porcentagem dos que se sentiram pessimistas (19%) foi quase a mesma da dos que ficaram otimistas (18%) após o evento. O YouGov ouviu 1.039 eleitores logo após o debate. A margem de erro da pesquisa é de 3,4 pontos percentuais.

As pesquisas mais recentes de intenção de voto, feitas antes do debate, mostram vantagem de sete pontos percentuais de Biden sobre Trump. Uma média dos levantamentos feita pelo site FiveThirtyEight aponta que o democrata tem 50,4% das intenções de voto, e o republicano, 43,1%.

Nos EUA, onde o voto não é obrigatório e em torno de 55% da população comparece às urnas —ou vota pelo correio— o primeiro debate é considerado crucial para conquistar os indecisos. Segundo a pesquisa da NBC News/Wall Street Journal, cerca de 11% dos eleitores aptos a votar ainda não decidiram seu voto.

Em um comentário no Twitter, o marqueteiro republicano Frank Luntz, que conduz pesquisas qualitativas com eleitores indecisos de estados pêndulo, resumiu: “O debate conseguiu convencer alguns eleitores indecisos a simplesmente não votar".

A quantidade recorde de doações a Biden parece ser motivada menos pelo seu carisma do que pela aversão dos eleitores democratas a Trump. Na manhã da quarta-feira (30), a ActBlue, plataforma para doar dinheiro à campanha dos democratas, registrou mais de US$ 420 milhões (R$ 2,4 bilhões) desde a noite de 19 de setembro, quando morreu a juíza da Suprema Corte Ruth Bader Ginsburg.

Em agosto, a campanha de Biden arrecadou US$ 365 milhões (R$ 2 bilhões), superando as doações feitas aos republicanos (US$ 210 milhões, ou R$ 1,2 bilhão).

Biden tem focado suas ações nos chamados estados-pêndulo (Arizona, Carolina do Norte, Flórida, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin), que costumam decidir as eleições presidenciais.​

Também na quarta, o comitê responsável por organizar os debates entre os candidatos à Presidência anunciou que tomará medidas para “garantir uma discussão mais organizada”, sem especificar como.

As ações devem ser divulgadas em breve. A campanha de Trump criticou a decisão, afirmando que o grupo “não deveria mudar as regras no meio do jogo”. ​

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