Biden e Trump atacam um ao outro em comícios finais nos estados que podem decidir eleição
Neste sábado, democrata foi a Michigan, enquanto republicano viajou para a Pensilvânia
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
No último sábado antes da eleição, os candidatos Donald Trump e Joe Biden seguiram trocando ataques em comícios em estados que podem definir o resultado final. O pleito nos EUA ocorre na terça-feira (3).
Biden foi a Michigan. No começo da tarde, fez um discurso em Flint, em um evento que também teve participação do ex-presidente Barack Obama. "Na terça, vocês podem escolher a mudança, e tudo está em jogo. Nossos empregos, nosso plano de saúde e o combate à pandemia estão em jogo", disse Obama. Foi o primeiro comício desta campanha com os dois presentes.
O ex-presidente também atacou os números da crise sanitária e comparou o desempenho dos EUA com o do Canadá, que registrou número muito inferior de mortes, mesmo na comparação proporcional.
"Publicar posts no Twitter não resolve as coisas. É preciso de um plano. (...) Joe não vai chamar os cientistas de idiotas", afirmou ele a uma plateia que assistia ao discurso de dentro de carros.
Obama disse ainda que Biden levará mais empregos ao estado, ao estimular a produção de veículos elétricos. Sede de grandes montadoras de automóveis, Michigan sofre há anos com a perda de empregos por conta da desindustrialização.
Biden, por sua vez, voltou a atacar a atuação de Trump na pandemia. "Esse presidente sabia em janeiro que o virus era mortal, [sabia] como essa pandemia era perigosa. E mentiu para o povo americano", disse. "O primeiro passo para vencer o vírus é derrotar Donald Trump."
As pesquisas mostram Biden à frente no estado, com 51,4% de preferência, contra 42,7% de Trump, segundo o site FiveThirtyEight, que agrega as principais pesquisas de intenção de voto.
Na Pensilvânia, Trump também fez muitos ataques ao rival. "O plano de Biden para abolir a energia americana é uma sentença de morte para a Pensilvânia. Um voto para Biden é um voto para banir o fracking [extração por fraturamento hidráulico] e mandar a Pensilvânia para um pesadelo de pobreza e depressão", disse o republicano.
"O preço do gás vai explodir, e a renda das famílias, desabar. Eu sempre vou defender a energia da Pensilvânia. Este será o estado que vai salvar o sonho americano."
A técnica para extrair petróleo e gás do solo por meio de fraturamento hidráulico ajudou os EUA a ampliarem a produção de combustíveis, mas é questionada por ser poluente e danificar o ambiente.
Neste sábado, Trump assinou uma ordem executiva determinando que o Departamento de Energia crie uma comissão para estudar os potenciais danos que o veto ao fracking pode causar à economia. O presidente disse em um dos comícios deste sábado que a medida ajudará a proteger os empregos do setor.
"Nossa economia está se recuperando mais rapidamente, maior e mais forte do que qualquer nação no planeta. Tivemos o melhor trimestre de crescimento da economia já registrado, de 33,1%, e o próximo ano será o maior ano na economia da história do nosso país", prometeu Trump.
Apesar da grande alta, os EUA ainda não recuperaram os níveis de atividade econômica de antes da pandemia. Trump acusou a imprensa e as grandes empresas de tecnologia de esconderem informações prejudiciais a Biden. Disse, sem apresentar provas, que o rival enriqueceu às custas da pobreza americana, ao ganhar dinheiro com a saída de fábricas dos EUA rumo a outros países.
O republicano fez seus discursos para plateias aglomeradas.
O presidente também afirmou que o resultado das eleições poderá demorar semanas, e que "coisas muito más" poderiam acontecer nos dias em que o país estiver esperando o resultado.
Na sexta, a Suprema Corte determinou que a Pensilvânia poderá aceitar cédulas recebidas pelo correio por até três dias depois da eleição, na terça (3). Outros estados tiveram autorizações similares.
O republicano criticou a decisão da Suprema Corte. "Eu acho muito provável que vocês não vão ter uma decisão porque a Pensilvânia é muito grande. Nós teremos de esperar. 3 de novembro vai passar, e nós não vamos saber [o resultado]. E vamos ter confusão em nosso país".
No domingo (1º), Trump deve visitar cinco estados no mesmo dia: Michigan, Iowa, Carolina do Norte, Geórgia e Flórida. Já Biden irá para a Filadélfia, na Pensilvânia. Michigan e Pensilvânia são estados-pêndulo, onde o partido vencedor costuma mudar a cada eleição. Por isso, são considerados decisivos: ganhar em cada um deles aumenta muito as chances de vitória nacional.
As pesquisas indicam vitória de Biden. O democrata tem atualmente 52% de intenções de voto em nível nacional, contra 43,4% de Trump, segundo dados do FiveThirtyEight. Os números pouco variaram ao longo das últimas semanas de campanha.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters