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Macron critica 'separatismo islâmico' e anuncia medidas contra radicalismo

Presidente francês disse que religião vive crise; acadêmicos muçulmanos criticaram discurso

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Paris | AFP

A França deve "combater o separatismo islâmico", que busca "criar uma ordem paralela", disse o presidente Emmanuel Macron nesta sexta-feira (2), em um discurso no qual anunciou medidas para enfrentar o que chamou de crescente radicalização da religião.

"Há neste islamismo radical [...] uma vontade reivindicada de [...] infringir as leis da República e criar uma ordem paralela de outros valores, para desenvolver uma outra organização da sociedade", disse Macron.

O presidente francês, Emmanuel Macron, em discurso sobre o islamismo radical em Paris - Ludovic Marin/AFP

Para o chefe de Estado francês, o islã "vive atualmente uma crise em todo o mundo", devido a "um endurecimento extremo" das posições. "Não quero que haja qualquer confusão ou amálgama", mas "é evidente que existe um islamismo radical que leva à negação da República."

Ele citou como exemplo a "desescolarização de crianças", o "desenvolvimento de esportes comunitários e práticas culturais" e a "negação dos nossos princípios, como igualdade entre homens e mulheres".

Para combater o que chamou de radicalismo crescente, o líder francês anunciou medidas como a obrigatoriedade de que qualquer associação que solicitar subvenção pública assine uma carta de laicismo, uma supervisão maior de escolas religiosas privadas e uma limitação estrita do ensino em casa.

As restrições serão apresentadas em um projeto de lei em dezembro, baseado em uma regra de 1905 que oficialmente separa a Igreja do Estado na França. O país europeu já proíbe o uso do véu islâmico nas escolas e para funcionárias públicas no ambiente de trabalho.

As declarações do presidente foram criticadas nas redes sociais por alguns acadêmicos islâmicos radicados na Europa, que afirmaram que suas palavras vão fortalecer o sentimento antimuçulmano.

O discurso de Macron se dá após um ataque a faca cometido por um jovem paquistanês há uma semana. A agressão era dirigida à revista satírica Charlie Hebdo por republicar charges do profeta Maomé.

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