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Justiça da Tailândia mantém premiê no poder, e protestos pedem sua saída

Governante foi inocentado da acusação de usar residência militar de modo irregular

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Bancoc | Reuters

A corte constitucional da Tailândia decidiu nesta quarta (2), de forma unânime, que o premiê Prayuth Chan-ocha é inocente em um caso de conflito de interesses. Assim, ele pode seguir no cargo.

Prayuth foi acusado de agir de modo irregular ao seguir morando em uma residência militar mesmo após ir para a reserva do Exército, em 2014. Naquele ano, ele participou de um golpe de Estado e passou a comandar o país. O premiê disse que continuou vivendo naquela casa por questões de segurança.

Manifestante junta patos infláveis durante protesto em Bancoc; patos de borracha se tornaram símbolo dos atos - Mladen Antonov/AFP

A corte concordou com o argumento: reafirmou que a segurança do primeiro-ministro e de sua família é prioridade do governo e que Prayuth não desrespeitou regras nem buscou ganhos pessoais.

Na noite de quarta, milhares de manifestantes se reuniram em um dos principais pontos de Bancoc para protestar contra a decisão. A sentença foi dada em meio a um clima tenso no país, depois de meses de protestos pela saída de Prayuth do cargo. Ele é acusado de ter fraudado as eleições do ano passado —o premiê nega. Os protestos são, na maioria, pacíficos.

O movimento, organizado por estudantes e jovens, começou em julho e pede também a limitação dos poderes do rei Maha Vajiralongkorn. As críticas à família real são um tabu no país e proibidas por lei.

Em novembro, a polícia intimou 15 líderes de protestos sob a acusação de insultar a monarquia. Críticas à realeza podem levar a penas de até 15 anos de prisão no país.

Também em novembro, o Parlamento tailandês, controlado por aliados do primeiro-ministro, rejeitou propostas de reforma da monarquia, provocando novos protestos.

As manifestações adotaram símbolos como o gesto de unir três dedos da mão, que vem da trilogia de livros "Jogos Vorazes". Na trama, os habitantes de uma América do Norte pós-apocalíptica participam de um jogo em um programa de televisão no qual apenas um deles termina vivo. A saudação de três dedos é usada como demonstração de agradecimento, admiração e despedida de alguém que amam.

Ao longo da história, no entanto, o gesto se torna um símbolo de rebelião contra os ricos opressores que vivem em uma capital protegida pelo Exército.

Outro símbolo são as bóias infláveis em formato de pato. Elas passaram a ser usadas nos atos depois de uma ocasião em que a polícia barrou o acesso por terra ao Parlamento. Os manifestantes então brincaram que o único jeito de chegar até lá seria cruzando um rio a bordo de bóias, e levaram patos infláveis.

Além de serem um símbolo de leveza e humor, eles também servem de escudo contra a repressão policial. ​

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