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Alemanha reelege presidente, que sobe tom contra Rússia na crise com Ucrânia

País foi criticado nas últimas semanas por ser complacente com Moscou

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Berlim | AFP

A Rússia é a responsável pelo risco de uma guerra na Ucrânia, declarou o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, neste domingo (13), em um momento de crescente temor, por parte de europeus e americanos, de uma invasão russa ao país vizinho.

"Há um perigo de conflito militar, uma guerra no leste da Europa, e a Rússia tem responsabilidade por isso", disse o chefe de Estado após ser reeleito para mais cinco anos no cargo.

Social-democrata próximo ao chanceler Olaf Scholz, Steinmeier tentou dissipar as dúvidas sobre a posição de seu país. Nas últimas semanas, a Alemanha foi criticada pela Ucrânia e por vários de seus parceiros ocidentais por ser muito complacente com Moscou.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, aplaude o presidente Frank-Walter Steinmeier, reeleito neste domingo (13) - Michael Sohn/Reuters

Diante dos parlamentares que o reelegeram, Steinmeier mencionou um "afastamento" crescente da Rússia em relação à Europa e pediu firmeza frente a Moscou.

"Como vemos, a paz não pode ser dada como certa. Sempre se tem que agir para preservá-la, no diálogo. Mas, quando for necessário, é preciso dizer as coisas claramente, mostrando determinação", ressaltou.

Steinmeier foi eleito pela primeira vez em 2017 —o presidente alemão pode cumprir no máximo dois mandatos.

O cargo de presidente na Alemanha é, sobretudo, honorário, com o poder se concentrando nas mãos do chefe do governo e do Parlamento. Ainda assim, tem valor de autoridade moral do país.

Na mesma linha do chefe de Estado, o chanceler Olaf Scholz se mostrou firme neste domingo, véspera de sua viagem a Kiev. Na terça-feira (15), ele seguirá para Moscou.

"Uma agressão militar contra a Ucrânia, que colocaria em risco sua soberania e sua integridade territorial em risco, levaria a sanções duras, que preparamos cuidadosamente e que poderemos aplicar imediatamente com nossos aliados na Europa e na Otan", declarou Scholz, após a reeleição de Steinmeier.

Em um sinal da crescente preocupação de Berlim com a situação na Ucrânia, uma fonte oficial reconheceu que "a preocupação [do governo] aumentou" quanto a uma eventual invasão.

"Pensamos que a situação é crítica, muito perigosa", destacou a fonte, que conversou com a imprensa sob a condição do anonimato, em alusão às advertências lançadas pelos Estados Unidos sobre uma invasão russa iminente.

"Muitos elementos apontam, de forma muito preocupante, na direção [dos temores atuais]", afirmou.

Ainda de acordo com a fonte, o governo alemão pretende aumentar sua ajuda econômica para a Ucrânia, mas mantém sua recusa a entregar armas letais a Kiev.

Berlim examina "se ainda temos possibilidades, no plano bilateral, de contribuir no que se refere ao apoio econômico", relatou a fonte.

Na questão do fornecimento de armas "letais", ucranianos e alemães continuam em lados opostos. Com base em sua política praticada após o período nazista, que consiste em não exportar esse tipo de armamento para zonas de conflito, a Alemanha se opõe ao pedido de Kiev.

A Ucrânia enviou uma lista de pedidos à Alemanha, mas, conforme a fonte de Berlim, para esta segunda-feira (14) "ainda não há nada a esperar" neste tema. De qualquer modo, não se exclui que equipamentos considerados não letais possam ser enviados.

Em entrevista concedida neste domingo (13) à rádio pública alemã, o embaixador ucraniano em Berlim, Andrij Melnik, reivindicou o anúncio de um plano de ajuda "no valor de vários milhões" de euros, no âmbito da visita de Scholz a Kiev.

"Já é hora de a Alemanha tirar seus óculos russos (...) em sua política em relação à Ucrânia, porque eles turvam sua visão", afirmou o embaixador.

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