Siga a folha

Descrição de chapéu Guerra na Ucrânia Rússia

Jogadores brasileiros na Ucrânia não podem deixar o país e pedem ajuda ao governo

Após invasão, os que estão em Kiev foram para um hotel; campeonato foi suspenso

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Trancados em um hotel em Kiev, jogadores brasileiros que atuam em clubes ucranianos gravaram vídeo na madrugada desta quinta-feira, 24 (horário de Brasília). Eles pedem o apoio do governo Bolsonaro e afirmam que não podem deixar o país após o início da invasão russa.

"Devido à falta de combustível, fronteira fechada, espaço aéreo fechado, a gente não pode sair. A gente pede muito apoio ao governo do Brasil", afirma o zagueiro Marlon, do Shakhtar Donetsk, equipe que tem 12 atletas brasileiros e um jogador nascido no país mas naturalizado ucraniano, Júnior Moraes.

No vídeo gravado e divulgado pelos atletas, a mulher de um deles, não identificada, diz que não sabem se haverá comida.

O atacante Junior Moraes, da mesma equipe, naturalizado ucraniano e que atua pela seleção local, descreveu a situação como grave e disse que os atletas esperam uma solução para sair do país.

Até esta quarta-feira (23), a orientação dada pelos clubes era para que os estrangeiros evitassem se manifestar sobre a tensão com a Rússia. Os dirigentes afirmavam aos jogadores que a situação estava controlada e teria solução pacífica.

O Shakhtar se transferiu para Kiev em 2014, quando houve intervenção militar russa na região ucraniana da Crimeia.

São 31 brasileiros contratados por times da primeira divisão da Ucrânia. Até a semana passada, a maioria deles estava na Turquia, em pré-temporada antes do reinício do campeonato, que aconteceria nesta sexta-feira (25). Após a invasão, o torneio foi suspenso. ​

Jogadores brasileiros presos em hotel pedem ajuda para deixar Ucrânia - @vitoreduardo00 no instagram

Os jogadores que estão no Zorya Luhansk também pediram ajuda ao governo e à embaixada brasileira na Ucrânia. Afirmam não saber o que fazer. O time, assim como o Shakhtar Donetsk, se mudou de cidade após o conflito na Crimeia e atualmente joga em Zaporizhzhya.

Em vídeo, Guilherme Smith, Cristian e Juninho dizem passar por uma situação difícil e que não recebem qualquer notícia. O clube teria pedido a eles para ficarem tranquilos.

"Há uma apreensão pela guerra e de que maneira vai afetar a população. Estou aguardando orientações, estou em contato direto com meus representantes e familiares", disse Edson, volante do Rukh Lviv.

Ele é um dos jogadores que estão afastados de Kiev, mas diz estar consciente de que "deixar o país pode ser uma opção".

"Agora estou em segurança, amparado, mas não tenho certeza do que pode acontecer nas próximas horas", completou. O time estuda levá-lo, assim como outros estrangeiros, para a Polônia.

"Já sabia que havia problema, mas em nenhum momento passou pela minha cabeça a possibilidade de algo mais sério", afirma o meia-atacante Talles, também do Rukh Lviv, mas dizendo já pressentir o pior quando viu governos estrangeiros retirando seus diplomatas das embaixadas.

Em nota, a embaixada brasileira na Ucrânia recomendou, onde seja possível, que os brasileiros deixem a Ucrânia. Aos que não puderem e estiverem ao leste do país, o pedido é que se desloquem para Kiev e entrem em contato com a embaixada. Os moradores da capital devem ficar em casa por causa dos grandes engarrafamentos nas vias de saída da cidade.

A embaixada da Ucrânia no Brasil cobrou nesta quinta-feira (24) do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) que condene a invasão da Rússia.

"Nós pedimos, esperamos que o governo brasileiro pronuncie-se e que condene essa agressão russa", disse a jornalistas o chefe da embaixada, o diplomata Anatolii Tkach.

Depois, em outro momento, foi ainda mais enfático: "Primeiro, o que precisamos é de um sinal forte de condenação".

A Ucrânia é uma espécie de eldorado para os jogadores nacionais nos últimos 15 anos. Os clubes são reconhecidos por pagar salários excelentes, muito maiores do que a média no Brasil, e em dia. Também podem servir como porta de entrada para ligas mais relevantes no continente. Foi o que aconteceu, por exemplo, com Fernandinho (Manchester City) e Fred (Manchester United).

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas