Descrição de chapéu Guerra na Ucrânia Rússia

Brasileiros pedem ajuda para deixar a Ucrânia sob ataque de Putin

Jogador de futebol posta mensagem dizendo estar preso em hotel; representação está buscando dados

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Moscou

A guerra iniciada por Vladimir Putin contra a Ucrânia atingiu um grupo bastante conhecido no país vizinho: o dos jogadores de futebol brasileiros.

O atacante brasileiro naturalizado ucraniano Junior Moraes celebra um gol pelo Shakhtar Donetsk
O atacante brasileiro naturalizado ucraniano Junior Moraes celebra um gol pelo Shakhtar Donetsk - Jeff Pachoud - 2.out.2018/AFP

Um grupo de atletas está num hotel da capital, Kiev, com familiares. O mais famoso dos jogadores, o atacante Junior Moraes, postou em sua conta no Instagram um pedido de ajuda. "Todos os amigos e familiares, a situação é grave e estamos presos em Kiev esperando uma solução para sair! Estamos dentro de um hotel. Orem por nós!", escreveu.

Ele é naturalizado ucraniano e joga pelo famoso Shakhtar Donetsk, time que forneceu muito pé-de-obra para a Seleção Brasileira nos anos 2010. Também defende a seleção do país.

O time, como o nome diz, ficava na capital da autoproclamada República Popular de Donestk, surgida da guerra civil que atingiu as áreas de maioria russa étnica do Donbass (leste ucraniano), em 2014. Desde então, a equipe mudou-se para perto de Lviv, na outra ponta do país.

A evacuação eventual de brasileiros, uma comunidade que não chega a 500 pessoas na Ucrânia, será uma grande dor de cabeça para a embaixada local. A representação está preparando uma ação, mas depende basicamente da evolução da operação militar. Ela pegou a todos na região, dos dois lados da fronteira, de surpresa apesar dos alertas ocidentais.

Na Rússia, a embaixada brasileira tem cerca de 200 estudantes em contato, parte deles nas regiões mais próximas da Ucrânia, como Rostov. Eles foram orientados a informar dados e contatos para o caso de uma retirada ser necessária.

Novamente, é um pesadelo logístico. A Rússia fechou o tráfego aéreo na região sul do país, incluindo 12 aeroportos —o maior deles, de Rostov-do-Don, incluso. A Folha deixou a cidade por ele, no fim da tarde de quarta (23), quando não havia nenhum sinal do impacto que se veria na manhã seguinte.

Por ora, contudo, a chance de o conflito se estender no caminho contrário, em direção à Rússia, parece nenhuma. Como disse um empresário brasileiro que vive em Moscou, se as sirenes tocarem na cidade como tocaram em Kiev, não adiantará muito querer fugir: estaremos falando de um ataque nuclear.

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