O que importa é a amizade entre os povos, não a ligação entre políticos, diz presidente de Portugal
Bolsonaro cancelou reunião com Marcelo Rebelo de Sousa após saber de agenda do português com Lula
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Após Jair Bolsonaro (PL) cancelar, nesta sexta (1º), o encontro que teria com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, o líder luso disse que "não vale perder um segundo com um almoço quando há amizade entre os povos". "O que importa é a amizade entre os povos, não a ligação entre os políticos."
O líder brasileiro confirmou à CNN Brasil que a mudança de planos ocorreu devido a uma agenda que Rebelo terá no domingo (3) com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Bolsonaro nas eleições.
Apesar do cancelamento, o presidente português, que falou à imprensa no aeroporto de Lisboa, minutos antes de embarcar para a celebração do centenário do primeiro voo transatlântico Portugal-Brasil, manteve a programação no país, onde encontrará, além do petista, o também ex-presidente Michel Temer.
"Quem convida é quem pode decidir se mantém ou não o almoço", afirmou Rebelo, que não descartou um novo almoço com Bolsonaro "daqui a alguns meses, meio ano" e também tentará se encontrar com outro ex-líder brasileiro, o tucano Fernando Henrique Cardoso, durante a passagem pelo Brasil.
Questionado sobre o que discutirá no encontro com Lula, o líder português citou as relações entre os dois países e a CPLP, grupo formado pelos países de língua portuguesa, temas que não entram na seara da política doméstica. "Não é função do presidente de Portugal falar sobre as eleições brasileiras."
Como presidente, Rebelo é chefe de Estado em Portugal. O comando de governo é exercido pelo primeiro-ministro, o socialista António Costa. Trata-se da segunda vez que Rebelo vem ao Brasil em menos de um ano —em julho de 2021, ele participou da reabertura do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.
Bolsonaro não compareceu ao evento, mas o líder português se encontrou com o presidente no Palácio da Alvorada, em Brasília. O chefe do Planalto faltou à reinauguração para não se encontrar com o então governador de São Paulo, João Doria (PSDB), um adversário político. "Convidamos o presidente, que infelizmente preferiu passear de motocicleta em Presidente Prudente", disse Doria na ocasião.
Apesar de Portugal manter importantes laços econômicos, sociais e culturais com o Brasil, as relações entre os líderes dos dois países mantiveram-se distantes durante a gestão Bolsonaro. O presidente brasileiro, por exemplo, até o momento não visitou Portugal durante seu mandato —ao contrário de todos os líderes desde a redemocratização, com exceção de Itamar Franco.
O jornalista viajou a convite da TAP
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