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Secretário de Defesa do Reino Unido é favorito para suceder Boris, diz pesquisa

Maioria dos membros do Partido Conservador manifesta apoio a Ben Wallace como novo primeiro-ministro britânico

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Após a saída de Boris Johnson, o favorito para sucedê-lo no cargo de premiê do Reino Unido é Ben Wallace, secretário de Defesa, mostra pesquisa do instituto YouGov divulgada nesta quinta (7).

O levantamento ouviu 716 membros do Partido Conservador, ao qual pertence Boris, entre terça (5) e quarta (6), dias nos quais o processo de desgaste do governo já havia se intensificado com a debandada de dezenas de parlamentares e de ao menos dois ministros importantes.

Ben Wallace, secretário de Defesa do Reino Unido, caminha em direção à sede do governo, em Londres - Justin Tallis - 5.jul.22/AFP

Cerca de 13% disseram que votariam em Wallace, enquanto outros 12% afirmaram que a escolha seria Penny Mordaunt, que também chefiou a pasta e hoje comanda o Ministério do Comércio. Na sequência, Rishi Sunak, que renunciou ao cargo de ministro das Finanças, com 10%, e a chanceler Liz Truss, com 8%.

O ex-secretário de Saúde Jeremy Hunt, que em 2019 disputou com Boris a liderança do partido, aparece em oitavo lugar, com 5%, ao lado de Nadhim Zahawi, escolhido para substituir Sunak. Sajid Javid, ex-secretário da Saúde que também abandonou o governo, fica com 4%.

Com a renúncia de Boris, os conservadores darão início a um processo de seleção que envolve uma série de votações entre postulantes à liderança até que só restem dois possíveis nomes. Então, todos os filiados votam nos finalistas, e o mais votado, óbvio, torna-se o premiê.

Já nesta quinta, o deputado conservador Tom Tugendhat, atual presidente da comissão de relações exteriores do Parlamento, tornou-se o primeiro a anunciar sua candidatura à sucessão de Boris.

A pesquisa do YouGov mostra Wallace como preferido em todas as mais prováveis disputas —e com margens amplas. Seu concorrente mais próximo seria Sunak. Neste cenário, 51% dizem que apoiariam o secretário de Defesa, enquanto 30% ficariam com o ex de Finanças. Outros 19% não souberam responder.

Ele também supera Truss e Mordaunt com 48% dos apoios contra 26% e 29%, respectivamente. No caso de uma disputa contra Hunt, 58% dos conservadores ouvidos dizem que seguiriam com Wallace.

Ainda que com porcentagens menores, três dos nomes ventilados pelos conservadores sugerem a possibilidade de o Reino Unido, pela primeira vez, ter um premiê não branco. Sunak nasceu na Inglaterra, mas seus pais são indianos. Já Javid é descendente de imigrantes do Paquistão.

Zahawi, por sua vez, nasceu em Bagdá, no Iraque, filho de pais curdos. Quando tinha 9 anos, ele e a família emigraram para o Reino Unido. Ele, aliás, é um dos cofundadores do instituto YouGov, que capitaneou a pesquisa. O parlamentar, no entanto, renunciou ao seu papel na empresa para se dedicar à vida política.

O YouGov também perguntou quais as principais características que levarão em conta para decidir seu apoio. As três mais mencionadas foram competência para o cargo de premiê (55%), capacidade para unir o desgastado Partido Conservador (54%) e capacidade para vencer as eleições de 2024 (53%). A maioria —84%— também diz desaprovar a possibilidade de o sucessor convocar eleições gerais antecipadas.

Wallace, o favorito, foi um dos que se mantiveram no gabinete de Boris e pouco se pronunciou sobre a debandada dos colegas. Até que, em uma publicação no Twitter, escreveu: "Alguns de nós temos a obrigação de manter o país seguro, não importa quem seja o primeiro-ministro; o partido tem um mecanismo para mudar os dirigentes, e é esse mecanismo que aconselho os colegas a usarem".

O favorito ganhou projeção nos últimos meses por comandar a Defesa britânica em meio à Guerra da Ucrânia, uma vez que Londres tem sido um dos principais protagonistas na diplomacia em torno do conflitoBoris por duas vezes fez visitas surpresas a Kiev, quando se encontrou com Volodimir Zelenski.

Wallace, 52, foi nomeado na pasta da Defesa em 2019. Formou-se na Real Academia Militar de Sandhurst e serviu na Irlanda do Norte, Alemanha e América Central. Começou a carreira política como membro da assembleia da Escócia, até que em 1999 chegou a Westminster.

Além dos louros que ganhou pelo apoio a Kiev na guerra contra a Rússia, também capitaneou a retirada de cidadãos britânicos do Afeganistão no segundo semestre do ano passado, quando o grupo fundamentalista Talibã retomou o poder após a retirada das tropas ocidentais do país da Ásia Central.

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