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Europa quer novas sanções contra a Rússia e volta a mirar preço de petróleo

Bloco europeu sugere ações para restringir comércio de países emergentes com Moscou

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São Paulo

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs nesta quarta-feira (28) uma nova rodada de sanções contra a Rússia em decorrência dos novos desdobramentos da Guerra da Ucrânia. As medidas devem incluir restrições comerciais mais severas, penalidades contra empresários e figuras importantes, além da limitação ao preço do petróleo russo.

Se a Comissão Europeia conseguir avançar com as medidas, as novas sanções também podem afetar, de forma indireta, países emergentes. Isso porque, segundo Von der Leyen, o G7 –grupo que reúne sete grandes economias do mundo– definiu que a exigência do limite de preço seria estendida a nações em desenvolvimento.

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fala em entrevista coletiva na sede da União Europeia, em Bruxelas, Bélgica - Kenzo Tribouillard - 28.set.22/AFP

"Sabemos que alguns países em desenvolvimento ainda precisam de petróleo russo, mas a preços baixos. Assim, o G7 concordou, em princípio, em introduzir um teto de preço do petróleo russo para outras nações", afirmou.

Ainda são incertos os valores que seriam estipulados e o leque de combustíveis alvos das sanções. Em tese, o bloco poderia aplicar algum tipo de punição, tampouco definido, a empresas ou entes que eventualmente descumprirem essa orientação de preço.

O Brasil manteve negociações com o Kremlin para a compra de diesel, como forma de combater a alta de preços, numa estratégia defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Desde o início da guerra, outros países, como China, Índia e Turquia, aumentaram significativamente a compra de combustíveis russos, em certa medida ajudando Moscou a driblar sanções do Ocidente.

O movimento é alvo de críticas de Kiev, que pressiona Bruxelas a combatê-lo. Mais cedo, Oleg Ustenko, conselheiro econômico do governo ucraniano, chamou a postura dessas nações de ridícula e defendeu a necessidade de "todo o mundo civilizado estar unido" contra a guerra.

Embargos semelhantes ao proposto nesta quarta já atingem Cuba, Venezuela e Irã. Nesses casos, os EUA punem empresas ou indivíduos, ainda que não sejam americanos, que comercializem com esses países.

A proposta deve ir ao plenário da União Europeia para ser examinada pelos 27 países-membros. Apesar da pressão sobre a Europa para responder às últimas cartadas de Moscou —o anúncio da mobilização militar por Vladimir Putin, a ameaça do uso de armas nucleares e o referendo pela anexação de quatro regiões no leste ucraniano—, o aval às sanções pode demorar.

O obstáculo está no requisito de unanimidade para a aprovação das penalidades no bloco —ainda que tenha acatado uma proposta de bloquear a importação de petróleo russo, o premiê da Hungria, Viktor Orbán, cultiva laços estreitos com Putin e poderia representar um entrave.

No discurso, Von der Leyen ainda disse que a União Europeia punirá aquelas partes que tentarem revender mercadorias ocidentais à Rússia por meio de países terceiros. "Não aceitaremos referendos falsos nem nenhum tipo de anexação. Estamos determinados a fazer o Kremlin pagar o preço dessa nova escalada", afirmou, estimando que o pacote de retaliação custe € 7 bilhões (R$ 36,4 bi) aos cofres russos.

As medidas também incluem expandir a lista de bens que não devem ser exportados à Rússia, diminuir a prestação de serviço de empresas europeias a clientes russos e impossibilitar cidadãos de países do bloco de assumir cargos em diretorias das estatais do governo de Moscou.

O novo pacote pode atingir também o chefe da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca Cirilo. Amigo de Putin, ele é figura influente na sustentação da guerra dentro do país.

A União Europeia iniciará as discussões sobre o pacote nesta sexta (30), mas as negociações devem ocorrer efetivamente no próximo encontro de líderes do bloco, previsto para ocorrer na República Tcheca no dia 6 de outubro.

Com Reuters

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