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Coreia do Sul altera contagem de idades, e cidadãos podem ficar até 2 anos 'mais novos'

País tem hoje três sistemas para calcular anos de vida e faz padronização para tentar cortar custos

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Seul | Reuters

O Parlamento da Coreia do Sul aprovou nesta quinta-feira (8) a padronização do sistema de contagem de idades no país. Atualmente, devido a regras tradicionais da nação asiática, os sul-coreanos podem responder de até três formas diferentes quando questionados sobre sua idade.

Isso porque o método mais usado no país consiste no chamado "sistema de idade coreano". Nesse caso, a pessoa já nasce com um ano e ganha mais um no primeiro dia de cada ano. Para chegar à conta, os sul-coreanos consideram o período em que o bebê fica no útero da mãe.

Manifestantes agitam bandeira da Coreia do Sul em estrada na pequena vila de Pyeongsan, em Yangsan - Anthony Wallace - 16.nov.22/AFP

Em outro sistema, assim como no padrão ocidental, o cidadão nasce com zero ano, e um ano é adicionado a cada 1º de janeiro —mesmo que a pessoa tenha nascido, por exemplo, um dia antes. O método existe principalmente para calcular a idade legal para o recrutamento militar e permitir o consumo de álcool e tabaco.

Por fim, desde 1960 a Coreia do Sul também usa para documentos médicos e legais a norma internacional de calcular a idade a partir de cada aniversário real —da maneira como é feito no Brasil, por exemplo.

A mudança aprovada nesta quarta padroniza o sistema legal para que todos os sul-coreanos considerem sua idade a partir do sistema internacional. Assim, alguns cidadãos poderão ficar, ao menos em seus documentos, um ou dois anos mais jovens a partir de junho de 2023, quando a nova lei entrará em vigor.

Dessa maneira, uma pessoa que nasceu em 31 de dezembro de 2000 tem nesta quinta-feira 21 anos no sistema internacional, 22 no sistema para recrutamento e 23 no sistema coreano. A alteração foi uma das promessas de campanha do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol. Segundo ele, o método tradicional, quando justaposto ao sistema internacional, gera custos excessivos.

"A revisão visa reduzir custos socioeconômicos desnecessários, porque as disputas legais e sociais, bem como a confusão, persistem devido às diferentes formas de calcular a idade", disse Yoo Sang-bum, parlamentar do Partido do Poder Popular, legenda do presidente sul-coreano.

O método tradicional de contagem de idade já foi usado no leste da Ásia, mas outros países como China e Japão recorreram ao sistema internacional décadas atrás, segundo o jornal The Washington Post.

À agência de notícias Reuters a funcionária administrativa Jeong Da-eun, 29, diz estar feliz com a mudança, dizendo que sempre teve que pensar duas vezes quando questionada no exterior sobre sua idade. "Lembro-me de estrangeiros olhando para mim com perplexidade porque demorei muito para responder sobre quantos anos tinha", disse. "Quem não gostaria de ficar um ou dois anos mais jovem?"

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