Pela primeira vez em sua história, a renomada Universidade Columbia, em Nova York, terá uma mulher como reitora. A egípcia Nemat Shafik, 60, foi anunciada para o posto nesta quarta-feira (19), em um comunicado enviado para a comunidade universitária.

O anúncio segue outras indicações de mulheres para liderar instituições de ensino nos EUA, como Harvard, que anunciou o nome de Claudine Gay, primeira negra a assumir a reitoria da universidade, e o MIT (Massachusetts Institute of Technology), que escolheu Sally Kornbluth para o comando.

Conhecida como Minouche, Nemat Shafik é economista e desde 2017 dirigia a LSE (London School of Economics), uma das instituições mais prestigiadas do Reino Unido. Ela também já foi vice-presidente do Banco Mundial e ocupou cargos de direção no Fundo Monetário Internacional e no Banco da Inglaterra.

Ela assumirá a reitoria de Columbia em julho, substituindo Lee C. Bollinger, em meio a um momento de acalorados debates no ensino superior americano, em que temas como a liberdade de expressão nas universidades e as cotas raciais ganharam tração no país. Uma ação em discussão na Suprema Corte, que pode levar à revogação de ações afirmativas baseadas na cor da pele para a admissão de alunos, na visão de analistas ameaça também a diversidade no corpo discente dessas instituições.

Na carta enviada aos estudantes, a direção de Columbia afirmou que Minouche era a candidata perfeita para o posto, uma "líder global, brilhante e capaz, uma boa construtora de laços comunitários e uma proeminente economista que entende a academia e o mundo além dela".

Em livro editado no Brasil em 2021 pela Intrínseca, com o título "Cuidar uns dos Outros: Um Novo Contrato Social", a economista afirma que o contrato de cuidado nas sociedades modernas está rompido e que é possível erguer um novo baseado em três princípios: segurança para todos, investimento em capacidade e compartilhamento eficiente e justo de riscos.

Minouche será a 20ª reitora de Columbia, sucedendo uma lista formada apenas por homens. "O que a diferencia é sua confiança inabalável no papel vital que as instituições de ensino superior podem e devem desempenhar na solução dos problemas mais complexos do mundo", diz outro trecho da carta de anúncio.