Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Uma bebê que nasceu sob os escombros e perdeu toda a sua família durante os terremotos na província de Aleppo, no noroeste da Síria, sofreu três tentativas de sequestro por milícias armadas em 48 horas, informou nesta terça (14) o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
De acordo com um comunicado da ONG sediada no Reino Unido, grupos tentaram raptar Aya por razões econômicas, já que o caso da criança suscitou grande interesse internacional, e várias organizações ofereceram milhões de dólares para adotá-la.
A última tentativa foi realizada por homens armados que invadiram o Hospital Cihan, onde a bebê está internada, na cidade de Afrin, e agrediram médicos e enfermeiros com a intenção de levar a menina.
O observatório afirmou que os invasores pertenciam à milícia turca Brigada Sultão Murad, que opera na região, e acrescentou que eles pretendiam entregar Aya a pessoas ligadas ao regime sírio "em troca de altíssimas somas de dinheiro".
Os milicianos atacaram o diretor do hospital, Khalid Attiah, e sua equipe. "Minha saúde está bem, e a criança está segura, a saúde dela está perfeita", afirmou o médico à agência de notícias alemã DPA.
Ele acrescentou que a criança não foi entregue a ninguém nem adotada. "Ela está agora no hospital, e seu assunto está nas mãos do Judiciário e do Ministério Público."
'Caso é explorado por todos os lados'
"O caso da menina está sendo explorado por todos os lados, e a perspectiva de ganhar dinheiro está deixando as pessoas ansiosas para levá-la", afirmou Rami Abdel Rahman, chefe do observatório.
O grupo de direitos humanos disse ter havido vários pedidos de organizações para adotar a criança e que elas ofereceram milhões de dólares. "Isso levou os fracos de espírito de algumas facções a invadirem o hospital, tentando sequestrá-la, devido à sua ganância financeira."
O grupo também disse que vários oficiais do regime sírio que se passaram por executivos de Damasco tentaram adotá-la sob o nome de uma organização de caridade. Segundo o grupo, a entidade filantrópica é afiliada a Asma al-Assad, esposa do ditador Bashar al-Assad.
Aya nasceu sob os escombros após o terremoto devastador da semana passada, que destruiu o prédio em que morava com a família na Síria. Attiyeh cuida da bebê, que está sendo amamentada pela esposa dele –com quem tem uma filha de quatro meses e um filho de 3 anos.
Segundo as equipes de resgate, a mãe de Aya morreu sob os escombros logo após o parto. O pai e quatro irmãos da menina também morreram. A família morava em Jenderis, vilarejo perto da fronteira turca gravemente atingido pelos terremotos recentes. Eles já haviam fugido da província de Deir al-Zour, no leste da Síria. Aya recebeu seu nome da equipe do hospital na cidade de Afrin que onde ela está.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters