Siga a folha

Descrição de chapéu Venezuela América Latina

Ministro do Petróleo da Venezuela renuncia após casos de corrupção no setor

Outras sete pessoas foram presas devido às investigações, descrita como cruzada do regime contra supostos crimes no setor

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Belo Horizonte

O ministro de Petróleo da Venezuela, Tareck El Aissami, anunciou que renunciaria ao cargo nesta segunda (20), após a abertura de nova investigação de corrupção envolvendo a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA). Pelo menos sete pessoas já foram presas pela operação, de acordo com a mídia venezuelana ligada ao regime de Nicolás Maduro.

"Diante das investigações iniciadas sobre graves ocorrências de corrupção na PDVSA, tomo a decisão de apresentar minha renúncia ao cargo de ministro do Petróleo, com o intuito de apoiar, acompanhar e apoiar totalmente este processo", publicou El Aissami no Twitter. Maduro disse, também nesta segunda, que aceitaria a renúncia.

Tareck El Aissami, então ministro das Indústrias e Produção Nacional, discursa em conferência em Caracas, na Venezuela - Yuri Cortez - 22.set.22/AFP

Segundo fontes familiarizadas com o processo, a Polícia Nacional Anticorrupção venezuelana prendeu neste domingo (19) o Superintendente Nacional de Criptoativos da Venezuela (SUNACRIP), Joselit Ramírez, o vice-presidente de Comércio e Abastecimento de Qualidade da PDVSA, coronel Antonio Pérez Suárez, e o coronel Samuel Testamarck, gerente geral do braço marítimo da PDVSA, a PDV Marina.

Além desses, teriam sido presos o deputado Hugbel Roa, os juízes José Marquez Garcia e Cristóbal Cornieles, este último presidente do circuito penal de Caracas, e Pedro Hernandez, prefeito de Las Tejerias.

No domingo, a promotoria disse que está investigando crimes em diferentes ramos do regime e ligados a "setores estratégicos", sem dar mais detalhes. A PDVSA não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários da agência de notícias Reuters.

Fontes relataram que as prisões, maior operação recente ligada à suposta corrupção da PDVSA, estão ligadas a uma investigação sobre cargas de petróleo que deixaram o país sem o devido pagamento à empresa. Outros executivos foram suspensos de seus cargos.

El Aissami, que está no cargo desde abril de 2020, também anunciou seu apoio a uma nova "cruzada" do regime contra a corrupção, que se estendeu ao judiciário e parlamentares.

A PDVSA sofreu graves perdas financeiras no ano passado. Os calotes sucessivos motivaram o novo chefe da estatal, Pedro Tellechea, que assumiu o cargo em janeiro, a abrir uma auditoria e suspender os contratos de fornecimento de petróleo.

A indústria petrolífera da Venezuela ainda tem sido alvo de diversas investigações de corrupção, que terminaram com a prisão de dezenas de funcionários da PDVSA e de dois ministros do Petróleo, Eulogio Del Pino e Nelson Martínez, que morreu sob custódia do Estado.

No ano passado, o regime venezuelano denunciou uma "megafraude" de US$ 4,85 bilhões (cerca de R$ 25,4 bilhões) na PDVSA e responsabilizou o ex-ministro Rafael Ramírez, que ocupou o cargo de 2002 a 2014. Ramírez, que está foragido no exterior, era próximo ao falecido ditador Hugo Chávez e havia rompido com o seu sucessor, Nicolás Maduro.

A prisão de funcionários do regime por corrupção é rara na Venezuela. Grupos de direitos humanos que analisam a situação no país dizem faltar transparência nas investigações.

Com AFP e Reuters

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas