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Venezuela investiga 'megafraude' de US$ 4,85 bi na estatal PDVSA

Denúncia mira crédito adquirido em 2012 com a empresa privada Atlantic

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Caracas | AFP

O governo venezuelano denunciou nesta terça-feira (30) uma "megafraude" de US$ 4,85 bilhões na petrolífera estatal PDVSA, pela qual responsabiliza o ex-ministro Rafael Ramírez, próximo do falecido presidente Hugo Chávez e que rompeu com o seu sucessor, Nicolás Maduro.

De acordo com a denúncia apresentada ao Ministério Público pelo ministro do Petróleo, Tareck El Aissami, a PDVSA efetuou diversas transferências no total de US$ 4,85 bilhões por um crédito adquirido em fevereiro de 2012 com a empresa privada Atlantic 17.107 A.C. Mas a estatal nunca teria recebido o dinheiro do empréstimo.

Em vez disso, a Atlantic cedeu essa linha de crédito aos "fundos" estrangeiros Violet e Vuelca, com sede no Panamá e São Vicente e Granadinas, respectivamente. E esses novos "credores" da PDVSA receberam os pagamentos de um crédito que não se concretizou, sempre segundo o governo.

O ministro Tareck El Aissami em coletiva de imprensa sobre denúncia de corrupção na PDVSA - Yuri Cortez - 30.ago.2022/AFP

O ministro disse que entregou como prova ao procurador-geral, Tarek William Saab, "cópias autenticadas" dos recibos de pagamento, em um total de 28 transferências, para Violet e Vuelca. O funcionário definiu a manobra como uma "megafraude".

El Aissami afirmou que a trama foi "orquestrada" por Rafael Ramírez, alvo de investigações de corrupção desde 2017, em uma ofensiva judicial que já provocou uma centena de prisões de ex-diretores da estatal.

Horas depois, o procurador-geral relatou a prisão do ex-vice-presidente de Finanças da companhia, Víctor Aular, também acusado de apropriação indevida. Anunciou ainda o início de uma investigação sobre essa "trama de corrupção".

Segundo Saab, o ex-diretor da PDVSA "assinou o contrato de empréstimo com a administradora Atlantic, responsável por um desfalque de cerca de US$ 5 bilhões".

O Ministério Público informou em fevereiro de 2021 que emitiu um alerta vermelho da Interpol para que Ramírez fosse capturado na Itália, onde se encontrava, mas o país negou a possibilidade de extradição em setembro, segundo seu advogado.

Ramírez, que dirigiu por mais de uma década a indústria petrolífera venezuelana, publicou no Twitter, antes da declaração de El Aissami, que o governo de Maduro estava preparando uma armação contra ele.

Ex-presidente da PDVSA (2004-2014) e ex-ministro do Petróleo (2002-2014), Ramírez foi um dos homens de confiança de Chávez (1999-2014), mas no final de 2017 rompeu com seu sucessor, Maduro, renunciando então ao cargo de embaixador da Venezuela na ONU.

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