Acadêmico Tariq Ramadan é inocentado de acusação de estupro na Suíça
Tribunal considerou que evidências apresentadas contra pesquisador especializado em islamismo eram insuficientes
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
O acadêmico suíço e reputado pesquisador sobre o islamismo Tariq Ramadan, 60, foi inocentado nesta quarta-feira (24) de acusações de estupro e coerção sexual. Um tribunal em Genebra considerou que as evidências apresentadas pelo Ministério Público suíço contra o intelectual eram insuficientes.
A parte acusadora afirmou que apelaria da decisão. Ela havia solicitado uma pena de três anos de cárcere para o acadêmico, metade dos quais seria cumprida na cadeia de fato.
As acusações contra Ramadan foram feitas em 2018 por uma mulher de nacionalidade suíça e se relacionam a um incidente supostamente ocorrido em um hotel em Genebra dez anos antes. A mulher, de 57 anos, que se identificou como "Brigitte", um nome fictício, diz que o pesquisador a agrediu verbal e fisicamente e a submeteu a atos sexuais violentos na noite que passaram juntos em outubro de 2008.
Os dois haviam se visto em duas outras ocasiões, numa sessão de autógrafos e numa palestra, e tinham trocado mensagens de natureza íntima antes de se encontrarem no hotel. Ramadan nega as alegações.
Este foi o primeiro caso por estupro enfrentado pelo acadêmico suíço, que pode ser submetido a um processo na França por um episódio semelhante. Ele foi afastado da Universidade de Oxford, no Reino Unido, onde atuava como professor de estudos islâmicos, após o primeiro caso do tipo estourar, em 2017.
Depois da leitura do veredicto, o acadêmico sorriu e foi abraçado por uma das filhas. Já a mulher que havia prestado queixas deixou a sala antes do final da leitura da sentença.
O texto da decisão afirma que o relato do caso feito pela acusação era "consistente e detalhado", mas não era corroborado "por qualquer elemento material, como vestígios de esperma ou de sangue, imagens de vigilância do hotel ou evidências de lesões ou de violência íntima".
"Não há dúvida de que a querelante viveu uma experiência ruim naquela noite", disse o presidente da corte, mas "a existência desse estresse [...] não permite confirmar a materialidade dos fatos denunciados".
O tribunal concordou com o pedido de indenização de Ramadan por despesas com advogados, no valor de 151 mil francos suíços (cerca de R$ 827 mil), mas rejeitou sua solicitação por danos morais.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters