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Talibã queima instrumentos por considerar música imoral no Afeganistão

Desde que voltou ao poder, em 2021, grupo impôs medidas que refletem sua visão extremista do islã, em especial a mulheres

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Herat (Afeganistão)

Membros do Talibã queimaram neste sábado (29) instrumentos e equipamentos musicais em uma província do oeste do Afeganistão por considerarem a música como algo imoral.

"Promover a música leva à corrupção moral e tocá-la engana os jovens", disse Aziz al-Rahman al-Muhajir, chefe do Ministério para a Promoção da Virtude e Supressão do Vício em Herat, onde o caso ocorreu.

Membros do Talibã incendiam instrumentos musicais nos arredores de Herat - 29.jul.23 - Ministério do Afeganistão para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício/AFP

Desde que voltou ao poder, em agosto de 2021, o Talibã impôs uma série de leis que refletem sua visão extremista do islã, que inclui a proibição de tocar música em público. Muitos dos equipamentos musicais queimados foram confiscados dos salões de casamento da cidade. Entre os itens jogados numa fogueira estavam um violão, um harmônio, outros dois instrumentos de cordas e uma tablá (tambor).

Além da música, as mulheres são as principais vítimas das novas leis impostas pelos talibãs, com a sua exclusão da maioria das escolas de ensino médio, universidades e da administração pública.

As mulheres tampouco podem trabalhar para organizações internacionais, visitar parques, jardins, academias ou banheiros públicos ou viajar sem estarem acompanhadas por um parente do sexo masculino. Elas também devem se cobrir totalmente ao sair de casa.

No início de julho, o Talibã também ordenou o fechamento de milhares de salões de beleza depois de considerar que esses estabelecimentos violam a lei islâmica, também chamada de sharia, porque neles as mulheres põem extensões de cabelo e fazem as sobrancelhas.

Muitos desses salões eram dirigidos por mulheres e muitas vezes eram sua única fonte de renda. Dias depois, um grupo de afegãs composto por donas ou funcionárias de salões protestou contra o decreto, levando cartazes com frases exigindo "sustento, justiça, trabalho e educação". A polícia dispersou as mulheres com tiros, jatos d’água e porretes.

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