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China proíbe funcionários públicos de usarem iPhone no trabalho, diz jornal

Pequim quer reduzir dependência tecnológica dos EUA, segundo Wall Street Journal; veto acontece em momento de tensão

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Reuters

A China proibiu funcionários públicos de usarem celular iPhone durante o trabalho, segundo o jornal The Wall Street Journal. A decisão ocorre em um momento de tensão crescente entre Washington e Pequim.

Os funcionários foram informados da proibição por seus superiores em aplicativos ou em reuniões presenciais. A ordem foi transmitida a líderes de agências estatais e ainda não é possível saber quantas pessoas ou quais setores serão impactados pela medida, de acordo com o WSJ.

IPhone 14 é colocado à mostra em loja da Apple, na Califórnia (EUA) - Justin Sullivan/Getty Images via AFP

A proibição ocorre a poucos dias de um evento da americana Apple, marcado para 12 de setembro, em que analistas acreditam ser o lançamento de uma nova linha de iPhones e smartwatches. Os produtos geram preocupação no regime chinês, que tenta reduzir a dependência de tecnologia estrangeira.

A Apple e o Conselho de Estado da China, órgão responsável por comandar o dia a dia do regime e a economia, não responderam a pedidos de comentários feitos pela agência de notícias Reuters.

As ações da Apple chegaram a cair 3% no início do pregão desta quarta (6) na Bolsa americana. Além do iPhone, outras linhas de celular estrangeiras também foram proibidas, ainda de acordo com o jornal americano, que não informou quais.

Há mais de uma década a China vem estimulando empresas locais a implementar sistemas e produtos chineses, numa tentativa de alavancar a produção nacional de chips semicondutores. Pequim intensificou a campanha em 2020, quando líderes do regime propuseram um modelo de crescimento chamado de "dupla circulação" para reduzir a dependência de mercados estrangeiros.

A dupla circulação consiste num ciclo de demanda e inovação interna como principal propulsor da economia. Em maio passado, a China instou as grandes empresas estatais a desempenharem um "papel fundamental" no esforço para alcançar a autossuficiência em tecnologia, à medida que aumentavam as preocupações relacionadas à segurança dos dados.

As tensões entre EUA e China, rivais na Guerra Fria 2.0, cresceram em fevereiro, após a descoberta pelo Pentágono de um balão chinês sobrevoando o território americano. O objeto foi derrubado por um caça, em ação considerada exagerada por Pequim. Washington diz que o artefato abatido era um instrumento de espionagem, enquanto o regime chinês diz que era um equipamento de pesquisas.

O caso estimulou debates sobre a atuação de empresas chinesas em território americano. Também em fevereiro, o governo dos EUA ordenou que as agências governamentais do país excluam o aplicativo chinês TikTok em dispositivos e sistemas federais. Segundo a Casa Branca, a medida foi tomada para manter informações sigilosas seguras.

Em dezembro, o Congresso americano apresentou um projeto para proibir o TikTok no país. O texto prevê o bloqueio de todas as transações de qualquer empresa de mídia sob influência da China e da Rússia. Na ocasião, a ByteDance, empresa que controla o aplicativo de vídeos, divulgou comunicado repudiando o projeto. Segundo a companhia, as preocupações dos congressistas são alimentadas por desinformação.

Assim, a proibição do iPhone pelo regime chinês poderia ser uma medida de retaliação. Durante visita a Pequim na semana passada, a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, disse que empresários americanos disseram que a China se tornou "ininvestível", apontando para multas, ataques e outras ações que tornaram arriscado fazer negócios no gigante asiático.

Analistas disseram à Reuters que a medida na China indica que Pequim não está disposta a poupar nenhuma empresa americana em seu esforço para reduzir sua dependência de tecnologias. A China é um dos maiores mercados da Apple e gera quase um quinto da sua receita.

Na segunda, o The Wall Street Journal informou que cidadãos chineses acessaram bases militares e outros locais sensíveis nos EUA mais de cem vezes nos últimos anos. Os incidentes despertaram preocupação de autoridades americanas, que os descrevem como potenciais ameaças de espionagem.

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