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Sánchez toma posse, e generais da reserva pedem golpe na Espanha

Grupo de 50 ex-militares assina manifesto que conclama seus pares na ativa a destituir premiê e convocar novas eleições gerais

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Madri

Nesta sexta-feira (17) em que o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), tomou posse para um novo mandato perante o rei Filipe 6º, um grupo de 56 militares na reserva chama a atenção após publicar um manifesto pedindo que seus pares na ativa promovam um golpe de Estado.

A Associação de Militares Espanhóis (AME), que publicou o documento em seu site, é uma entidade radical de direita, que já protagonizou outros episódios polêmicos. Há cinco anos, a AME divulgou um manifesto intitulado "Declaração de respeito e reparação ao General Francisco Franco Bahamonde, soldado da Espanha", no qual tecia loas ao ditador que governou a Espanha por 39 anos (1936-1975) e aos seus métodos.

O premiê Pedro Sánchez toma posse perante o rei Filipe 6º na manhã desta sexta (17) - Andres Ballesteros/AFP

Há três anos, uma conversa entre membros do grupo, que foi vazada para a imprensa, trazia a seguinte mensagem de um dos generais: "Confio que teremos outra matança de comunistas, mas que desta vez não será pouco. Devemos aniquilar 26 milhões, incluindo crianças".

Agora eles se colocaram contra a anistia e o acordo de Sánchez com os movimentos independentistas. No texto, pedem que os defensores da "ordem constitucional" destituam o premiê e convoquem eleições gerais. Sem título, o manifesto traz a data de quinta (16).

O documento cita a própria Constituição como meio de justificar a destituição de Sánchez. O grupo fala sobre "missões das Forças Armadas", o que incluiria "defender a ordem constitucional", que os membros consideram "em grave perigo, devido à falta de independência judicial, à desigualdade dos cidadãos espanhóis perante a lei e à possível ruptura da unidade da Nação Espanhola".

"Este grupo de ex-membros das Forças Armadas, hoje reformados, preocupados com o futuro da Espanha, pedimos aos responsáveis pela defesa da ordem constitucional que destituam o primeiro-ministro e convoquem eleições gerais".

Segundo o jornal El País, assinam o documento três generais de divisão, quatro generais de brigada, 23 coronéis, quatro tenentes-coronéis, sete comandantes e nove capitães, todos na reserva.

O deputado Íñigo Errejón, do bloco de esquerda Sumar, primeiro aliado de Sánchez, exigiu "que se tomem medidas fortes e exemplares" contra os militares da AME. "Basta de brincar de golpe", afirmou.

Sánchez foi eleito para seu segundo mandato de quatro anos na quinta (16), com uma maioria no Congresso dos Deputados de 179 votos contra 171. Na manhã desta sexta, compareceu ao Palácio Zarzuela, onde fez seu juramento perante o rei e formalizou sua posse.

Na quinta, após a definição da reeleição, manifestantes mais uma vez protestaram contra o primeiro-ministro e seu acordo de anistia na frente da sede do PSOE em Madri. Houve embate com a polícia, e sete pessoas foram detidas. Antes, quatro deputados socialistas foram alvo de ovadas em uma cafeteria próxima ao Congresso antes do início da segunda sessão de investidura.

Os atos, que acontecem há mais de dez dias, começaram após o PSOE e o Juntos pela Catalunha divulgarem que haviam chegado a um acordo de anistia para que os políticos que haviam proclamado de forma ilegal a independência da Catalunha em 2017 ficassem livres de penas e processos.

Esse acordo foi a exigência do Junts para que cedesse a Sánchez os sete votos a que tinha direito no Congresso. Com isso, o socialista obteve a maioria e a reeleição.

Erramos: o texto foi alterado

O deputado Íñigo Errejón, do bloco de esquerda Sumar, foi incorretamente identificado como uma mulher em versão anterior do texto.

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