Sob ditaduras, Níger, Mali e Burkina Fasso se retiram de bloco econômico
Juntas militares dos países africanos deixaram Cedeao após pressão por retomada democrática na região
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Os regimes do Níger, Mali e Burkina Fasso afirmaram neste domingo (28) que vão abandonar a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), bloco regional que pressiona os países a retornarem a regimes democráticos.
A decisão foi anunciada em declaração conjunta, lida em um canal de televisão do governo do Níger, e é vista como um golpe nos esforços de integração regional do bloco, após a suspensão dos três países logo após uma série de golpes militares.
Apesar das sanções, negociações e ameaças de intervenção militar, os líderes dos três países não conseguiram apresentar um calendário de retomada do regime democrático.
Pelo contrário, endureceram a retórica contra a Cedeao e acusaram o bloco de ser influenciado por potências externas. Os três países também cortaram laços militares e de cooperação com a França e recorreram à Rússia em busca de apoio e segurança.
"Após 49 anos, os valentes povos de Burkina Fasso, Mali e Níger observam com pesar e grande decepção que a Cedeao se afastou dos ideais dos países fundadores e do espírito panafricano", disse o coronel Amadou Abdramane, porta-voz da junta militar do Níger.
"A organização falhou em ajudar estes Estados na luta contra o terrorismo e a insegurança", declarou Abdramane, referindo-se a insurgências ligadas à Al Qaeda e ao Estado Islâmico.
Segundo a Reuters, não está claro como a decisão das juntas militares terá impacto no bloco regional que reúne 15 membros. Na Cedeao, cidadãos e mercadorias circulam livremente.
Além disso, o tratado do bloco indica que países que desejam se retirar da organização devem avisar por escrito com um ano de antecedência e seguir no grupo pelo tempo restante. Ainda não se sabe se a regra foi adotada.
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