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Noruega arrisca status de mediadora ao reconhecer Estado da Palestina

Importância que país dava a diálogo com os dois lados do conflito palestino-israelense é simbolizada por Acordos de Oslo

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Heidi Taksdal Skjeseth Ott Ummelas Alessandro Speciale
Bloomberg

Ao reconhecer o Estado da Palestina, a Noruega pode estar abandonando a possibilidade de agir como mediadora no Oriente Médio —um papel que vinha desempenhando historicamente.

Pedestre caminha em frente à bandeira palestina em Oslo, capital da Noruega - Chen Yaqin/Xinhua

A importância que o país dava a falar com ambos os lados do debate é simbolizada pelos Acordos de Oslo, assinados em 1993. Idealizados como uma solução provisória para o conflito israelo-palestino (que, no entanto, nunca teve um desfecho final), eles serviam como um lembrete das tentativas do país nórdico de forjar uma resolução permanente para ele.

Mas depois que, nesta quarta-feira (22), em coordenação com a Espanha e a Irlanda, a Noruega anunciou que pretende reconhecer oficialmente a Palestina como um Estado, Israel demonstrou sua apreensão diante do ato convocando seu embaixador no país.

"Com essa ação simbólica, que não tem significado na prática, o governo tirou completamente da Noruega o papel de potencial mediadora de paz nesse conflito", disse Sylvi Listhaug, líder do Partido Progressista, de oposição, ao jornal norueguês VG.

"Um Estado palestino é um pré-requisito para alcançar a paz no Oriente Médio", afirmou o primeiro-ministro, Jonas Gahr Store, a jornalistas em Oslo, ao mesmo tempo em que funcionários dos governos irlandês e espanhol faziam anúncios semelhantes.

"Não podemos mais esperar que o conflito seja resolvido antes de reconhecermos o Estado da Palestina", acrescentou.

Segundo a emissora pública NRK, o ministro das Relações Exteriores norueguês, Espen Barth Eide, disse que o governo deseja manter "contato próximo" com Israel e continua sendo "um amigo" da nação do Oriente Médio.

Embora tenha sido instrumental nas negociações secretas que levaram à criação da Autoridade Nacional Palestina —órgão que funciona como um governo de transição até o estabelecimento de um Estado palestino e que foi expulso de Gaza pelo grupo terrorista Hamas em 2007—, a Noruega, como outros, não conseguiu contribuir com nenhum progresso real para o estabelecimento de paz na região nas últimas décadas.

Ainda assim, a nação "assumiu um papel de liderança na mobilização do apoio europeu" para redigir um plano de paz proposto pelos vizinhos árabes de Israel após os ataques de 7 de outubro, disse o governo de Oslo por email nesta quarta.

O país também espera "fazer algum progresso significativo" em uma reunião que acontecerá em Bruxelas no final de maio.

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