Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Vídeo mostra médicos tentando salvar pacientes de hospital atacado em Gaza

Ataque aéreo atribuído a Israel destruiu pronto-socorro de unidade médica em Jabalia, no norte do território palestino

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faixa de gaza | Reuters

Mísseis atingiram nesta terça-feira (21) o departamento de emergência de um hospital no norte da Faixa de Gaza, disseram médicos palestinos. O ataque, atribuído a Israel, provocou pânico, e socorristas tiveram de levar às pressas os pacientes em camas e macas hospitalares para as ruas cheias de escombros.

Um vídeo obtido pela agência de notícias Reuters mostra os profissionais da saúde em jalecos azuis levando pacientes para fora do complexo hospitalar na cidade de Jabalia enquanto gritam e olham para trás, como se esperassem novos bombardeios.

"O primeiro míssil atingiu a entrada do pronto-socorro. Tentamos entrar, e então um segundo míssil atingiu [o hospital]. Depois o terceiro [míssil], e um prédio próximo foi atingido", disse Hussam Abu Safia, diretor do hospital Kamal Adwan. "Não podemos entrar. [...] Nunca imaginamos que um dia o pronto-socorro seria atingido. O departamento atende crianças, idosos e pessoas internadas no hospital."

Palestinos retiram paciente do hospital Kamal Adwan após ataque atribuído a Israel
Palestinos retiram paciente do hospital Kamal Adwan após ataque atribuído a Israel - Osama Abu Rabee/Reuters

Nas ruas próximas do complexo médico, um homem foi filmado embalando um bebê recém-nascido em roupas azuis. Um idoso aparece sendo empurrado em uma maca em direção a uma ambulância. Alguns pacientes, a maioria mulheres, fugiram do hospital por medo de novos ataques, segundo testemunhas.

"Como você pode ver, [isso é] a retirada dos feridos e da equipe de dentro do complexo. A equipe médica saiu do Kamal sob bombardeio e fogo", disse o trabalhador de emergência palestino Fares Afana.

Um porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pela facção terrorista Hamas, disse à agência de notícias Reuters que os pacientes do Kamal Adwan estavam sendo levados para outros hospitais e estruturas médicas instalados no norte do território. Não há informações sobre mortos.

A agência de notícias Reuters não pôde verificar de forma independente os relatos dos eventos. Já as Forças Armadas de Israel disseram estar cientes do ocorrido e que apuram o caso. "Estamos investigando a origem do ataque e analisando a possibilidade de que tenha sido um fogo perdido, não direcionado ao hospital."

Desde o começo do mês, as forças israelenses têm avançado e intensificado os ataques em áreas do norte de Gaza nas quais Tel Aviv já havia comemorado o desmantelamento do grupo terrorista Hamas. A movimentação indica que a facção está se reagrupando em algumas dessas regiões.

O sistema de saúde de Gaza entrou em colapso após Israel iniciar sua ofensiva militar contra o território. Desde o começo da guerra, 35,6 mil palestinos morreram em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. Os ataques, que segundo autoridades israelenses miram alvos do grupo terrorista, foram desencadeados pelos atentados terroristas cometidos pela facção em outubro passado.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta terça que o hospital Al-Awda, também no norte, está sitiado desde o último domingo (19), com 148 funcionários e 22 pacientes e acompanhantes encurralados na unidade médica.

Ele afirmou ainda que combates próximos de outra unidade, o Kamal Adwan, comprometeram a capacidade de os médicos atenderem pacientes no local. "Esses são os dois únicos hospitais funcionais que restaram no norte de Gaza", disse Tedros. "Garantir a capacidade de prestar serviços de saúde é imperativo."

Autoridades ligadas aos territórios palestinos ocupados têm acusado Tel Aviv de crimes de guerra. Segundo as Convenções de Genebra, que balizam esse assunto, atos que são proibidos em conflitos armados —portanto, crimes de guerra— incluem ataques intencionais contra civis e hospitais.

Na semana passada, Tel Aviv afirmou à Corte Internacional de Justiça (CIJ) que há uma "guerra trágica" no território palestino, mas não um genocídio, e que acusar Israel desse crime é uma leitura distorcida do direito internacional.

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