Descrição de chapéu Irã oriente médio

Líder supremo do Irã conduz orações em funeral do presidente; veja vídeo

Morto em queda de helicóptero, Ebrahim Raisi era cotado para substituir Ali Khamenei como autoridade máxima do país

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Dubai | Reuters

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, conduziu as orações feitas nesta quarta-feira (22), em Teerã, durante o funeral do presidente Ebrahim Raisi. O político morreu no último domingo (19) após o helicóptero que fazia o transporte dele e de sua comitiva durante uma viagem oficial cair no noroeste do país.

A TV estatal mostrou Khamenei liderando as orações enquanto dezenas de milhares de iranianos lotavam as ruas da capital para ver o caixão do presidente, do chanceler Hossein Amirabdollahian, e de outros funcionários que morreram no incidente perto da fronteira com o Azerbaijão.

Iranianos comparecem ao funeral do presidente Ebrahim Raisi em Teerã - Atta Kenare/AFP

A cerimônia, que será encerrada nesta quinta-feira (23) na cidade natal de Raisi, Mashhad, foi uma oportunidade para tentar unir a população em um momento de tensões crescentes entre o regime, que aperta seus controles políticos, e a sociedade, que vê uma economia debilitada.

O Irã proclamou cinco dias de luto pelo presidente, responsável por promulgar as políticas linha-dura de Khamenei para reprimir opositores. Um morador de Teerã disse à agência de notícias Reuters que muitas pessoas receberam uma mensagem de texto em seus telefones com uma espécie de convocação ao funeral.

Segundo a agência de notícias iraniana Fars, estava prevista a participação de mais de 40 delegações estrangeiras na cerimônia. O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, e o vice-chefe do grupo libanês Hezbollah, Naim Qassem, também se juntaram ao funeral. "Estou aqui em nome do povo palestino, em nome das facções de resistência de Gaza para expressar nossas condolências", disse Haniyeh à multidão, que gritava "morte a Israel". Tanto o Hamas quanto o Hezbollah são apoiados e financiados pelo Irã.

Os esforços acontecem enquanto o regime se apressa para organizar uma eleição que pode minar ainda mais sua legitimidade —no dia 28 de junho, os iranianos vão às urnas para escolher um novo presidente.

Um número crescente de eleitores, porém, tem evitado as eleições, em um sinal preocupante para o regime, que vê a participação como um teste de credibilidade para a república islâmica de 45 anos. Em 2021, a população já mostrou pouco interesse na votação que levou Raisi à Presidência e, em março, a eleição parlamentar teve uma baixa histórica de cerca de 41%.

Um ex-funcionário iraniano, que pediu para não ser identificado, afirmou à Reuters que faltam candidatos competitivos o suficiente para garantir uma alta participação em um período tão curto. Segundo ele, a esse cenário se soma a insatisfação da população com a economia e com as restrições sociais.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.