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Descrição de chapéu Reino Unido violência

Starmer fala em condenação rápida a envolvidos em atos violentos anti-imigração

Mais de 370 pessoas foram presas; distúrbios no Reino Unido começaram após boato de que adolescente suspeito de matar três crianças em uma aula de dança era muçulmano

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São Paulo

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou nesta segunda-feira (5) que haverá "condenações rápidas" aos envolvidos nos violentos distúrbios dos últimos dias no Reino Unido.

Após uma reunião de emergência com seu gabinete, o líder trabalhista disse à imprensa que sua prioridade absoluta será pôr fim aos atos e que "as sanções criminais serão rápidas".

Grupos de extrema direita na Inglaterra mantêm protestos contra muçulmanos e imigrantes, iniciados depois do assassinato de três crianças em Southport, a 30 km de Liverpool, na semana passada —ao menos 378 pessoas foram presas devido a atos de violência desde então. Só no domingo, foram cem detidos pela polícia.

Membros da comunidade local ajudam a limpar os escombros das ruas de Middlesbrough, nordeste da Inglaterra, após tumultos e saques no dia anterior - AFP

Trata-se de um dos piores distúrbios no Reino Unidos na última década. Integrantes de grupos radicais atacaram e saquearam mesquitas em regiões como Bristol, Manchester e Blackpool, na Inglaterra, e Belfast, na Irlanda do Norte, o que provocou confrontos com a polícia.

Em Liverpool, as tensões aumentaram depois que aproximadamente mil manifestantes anti-imigração, alguns dos quais gritavam insultos islamofóbicos, entraram em choque com ativistas contrários ao protesto.

Boatos na internet sobre a identidade do suspeito do ataque contra as meninas que estavam em uma escola de dança, difundidos por supostos influenciadores de extrema direita, diziam que o jovem de 17 anos era muçulmano, o que não se comprovou.

Starmer adotou uma postura dura contra aqueles que chamou de "bandidos de extrema direita". No domingo à tarde, o primeiro-ministro foi à televisão para dizer que os envolvidos se arrependerão de suas ações.

Deputados de todo o espectro político o instaram a convocar o Parlamento, atualmente em recesso, incluindo a ex-ministra do Interior ultraconservadora Priti Patel e o líder ultranacionalista do Reform UK, Nigel Farage, conhecido por suas posições anti-imigração.

A secretária do Interior, Yvette Cooper, condenou a violência e afirmou que a "desordem criminal e violência de bandidos" serão responsabilizados. "As comunidades devem se sentir seguras", disse.

Starmer seguiu na mesma linha. "Não toleraremos tentativas de semear ódio e dividir nossas comunidades." "Não vou fugir de chamar isso do que é, bandidagem de extrema direita", afirmou. "Se você ataca uma pessoa por causa da cor da pele, religião, isso é extrema direita."

Desde o ataque em Southport, ocorrido no último dia 29, os distúrbios e os confrontos entre integrantes de grupos radicais e a polícia se multiplicaram em várias cidades britânicas.

No domingo, manifestantes extremistas atacaram dois hotéis que abrigavam solicitantes de asilo em Rotherham, no norte da Inglaterra. Os criminosos quebraram janelas, provocaram incêndios e lançaram projéteis contra agentes, aos gritos de "expulsem-nos, expulsem-nos", em referência aos imigrantes.

Em Tamworth, perto de Birmingham, no centro do país, a polícia disse ter atuado também perto de um hotel que foi atacado por um "grande grupo de indivíduos".

O Reino Unido não vivia uma onda de violência desse tipo desde 2011, após a morte de um jovem mestiço, Mark Duggan, por policiais no norte de Londres.

Na onda de violência atual, a polícia responsabilizou em particular a English Defense League (liga de defesa inglesa, em tradução livre), um grupo de extrema direita criado há 15 anos, cujas ações contra a imigração são marcadas por excessos.

Em maio, mais de 10 mil migrantes tinham chegado ao Reino Unido após cruzarem o Canal da Mancha desde o início do ano, um recorde batido em plena campanha para as eleições legislativas, que ocorreriam em 4 de julho. Com isso, a imigração ilegal se tornou um dos principais temas na campanha.

Na ocasião, autoridades policiais do Reino Unido começaram a deter migrantes em situação irregular para enviá-los a Ruanda, na África, uma medida que pretendia preparar o terreno para o início da política de imigração prioritária do então primeiro-ministro conservador, Rishi Sunak. A medida foi suspensa por Starmer, que assumiu há um mês.

De acordo com a agência de notícias Reuters, dados oficiais divulgados em julho mostraram que a imigração recorde fez a população da Inglaterra e do País de Gales aumentar em 610 mil, alcançando 60,9 milhões em 2023, o maior crescimento anual em 75 anos.

Com Reuters e AFP

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