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Maní chega à maioridade como o melhor restaurante de São Paulo

Casa preserva há 18 anos o frescor e a capacidade de surpreender misturando texturas e temperos brasileiros

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A partir do alto: melão com pó de tomate, hortelã e atum seco; lâmina de manga com folha e flor de capuchinha, chuchu e peixe marinado; e suco de jabuticaba com água de tomate, cachaça, amburana e pimenta, do Maní - Folhapress

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São Paulo

O Maní é um desses lugares que não se vai para comer. Vai para desfrutar. É muito difícil superar a harmonização que ali se estabelece entre sabor, ambiente e atendimento, ainda mais se tratando de um restaurante já na maioridade de seus 18 anos. O risco de perder o frescor à medida que o tempo passa é alto sob qualquer aspecto. A casa dos chefs Helena Rizzo e Willem Vandeven, porém, transborda em jovialidade e leva com justiça o prêmio de melhor restaurante de 2024.

Já na primeira olhada dá para ver que o menu segue a tradição ao evitar obviedades. Tira qualquer um da zona de conforto degustativa. Impossível prever o paladar de dois tempuras de quiabo com camarão, ají panca (pimenta) e emulsão de coentro (R$ 66), muito menos se esse belisquete apetece mais ou menos que o bombom de queijo de cabra, cupuaçu e torrada de frutas secas (R$ 72). Só mesmo provando para fazer o tira-teima.

Na noite em que estive no restaurante para colher impressões era outono paulistano atípico, aquecido e seco pelas mudanças climáticas. Escolhi algo leve: salada mata atlântica (R$ 78) e moqueca de pescado (R$ 163). Folhas com manga e pupunha não impressionam, mas confesso que a mistura de molhos surpreende. Crocante com sabor. Dada a quantidade de garçons que vi transitando com a salada, não fui apenas eu que percebi o valor da mistura agridoce.

A moqueca com terrine de arroz, pirão e farofa é conhecida. Tem vídeo no YouTube com Helena ensinando. Duvido que amadores consigam reproduzir aquele apimentado aveludado de fundo. Ir intercalando devagar farofa e pirão joga com as texturas do peixe.

Já saciada, porém, me peguei cobiçando pratos alheios —e se tivesse pedido o porco preto com milho, abacaxi, jalapenho, azedinha e canjiquinha? O chamado para desbravar gostos faz com que você já planeje a volta antes de sair.

Não sou de sobremesa. Sempre dispenso. Mas seria criminoso não provar. Quase fiquei com o flan de lírio-do-brejo, mel e pólen de uruçu-amarela com acerola. O clima se impôs outra vez. Fui de sorvete de gemada, espuma de coco e coquinho crocante. A cumbuca encheu os olhos com uma estética refrescante. Bola amarela, sem o gosto de ovo, cercada de suspiros formam uma margarida que flutua da colher ao céu da boca.

Cada escolha pressupõe a renúncia de uma degustação, assim, não caia na besteira de ir sozinho. Se for a dois, poderá dividir garfadas e comentários. Melhor ainda se for de bando —e vi várias mesas com cinco, seis pessoas exprimindo satisfação, efeito nato da boa mesa. Quanto mais gente, mais oportunidades de compartilhar bocaditos e impressões. E, é claro, há sempre a opção do menu-degustação para fazer o tour mais completo pelos temperos.

O estar solo, porém, permitiu uma outra descoberta, a do atendimento. A predisposição e a diligência para explicar os pratos, garantir o copo sempre cheio e não deixar o cliente no vácuo torna a refeição mais saborosa ainda.

MANÍ 
R. Joaquim Antunes, 210, Jardim Paulistano, região oeste, tel. (11) 3085-4148, @manimanioca

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