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Polarização americana

Avanço nas primárias faz esquerdista Sanders emergir como opção radical a Trump

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O senador Bernie Sanders, presidenciável democrata, em campanha pela indicação do partido - Mike Segar/Reuters

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Após duas décadas de domínio de famílias que simbolizavam o duopólio no establishment americano, os Clinton e os Bush, a incerteza é o signo sob o qual vive o país referência do mundo democrático.

Elegeu-se em 2008 Barack Obama, democrata egresso da elite política, mas simbolizando renovação pelo ineditismo de ser negro e pela agenda social. Em 2016, foi a vez do republicano Donald Trump, antítese do antecessor, surfando a insatisfação de estratos excluídos.

No pleito a ser realizado em novembro, a corrida segue nebulosa. Mas emerge da névoa do campo democrata, com força antes inaudita, o senador Bernie Sanders.

Oriundo de Vermont, um estado minúsculo, Sanders personifica resposta direta ao radicalismo associado a Trump: é um carbonário do campo adversário.

Na política partidária desde 1971, ele só chamou a atenção em 2016, quando perdeu a indicação democrata para Hillary Clinton.

Ali, o senador passou a ser identificado com o eleitorado jovem que apoiou movimentos antiestablishment como o Occupy Wall Street e se horrorizou com as guerras americanas. Investiu maciçamente em comunicação digital e, algo inusitado, declarou-se um socialista.

Sua mensagem aponta a desigualdade de renda como mazela central. Seu remédio, contudo, passa por ações intervencionistas. Como Trump, Sanders é um campeão do protecionismo e preza a opacidade: teve um infarto em 2019, e aos 78 anos evita falar sobre sua saúde.

Até aqui, ele venceu duas e empatou uma das etapas preliminares, amealhando mais delegados para tentar assegurar a indicação de seu partido, e é favorito no dia 29 na Carolina do Sul. Pode chegar com fôlego para a Super Terça, em 3 de março, quando há prévias em 14 estados e na Samoa Americana.

Com desempenho fraco, o ex-vice de Obama, Joe Biden, parece ter perdido a oportunidade de representar os moderados do Partido Democrata. Restará a eles avaliar a entrada em jogo do ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg.

Bilionário como Trump, ele arriscou investir uma fortuna em publicidade e só disputar as primárias a partir da Super Terça, mas teve mau desempenho no primeiro debate do qual participou.

A incógnita é se ainda há tempo para uma mensagem de maior temperança, ou se Trump continuará ditando o ritmo polarizado à política americana —para seu presumível benefício ao final.

editoriais@grupofolha.com.br

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