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Máscaras já

Amplia-se convicção de que artefatos devem ser obrigatórios contra coronavírus

O presidente Jair Bolsonaro se atrapalha com máscara de proteção - Adriano Machado - 18.mar.20/Reuters

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Todos se lembram das cenas patéticas em 18 de março. Numa das primeiras entrevistas sobre a doença Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro e vários de seus ministros manipulavam sem parar máscaras brancas, contrariando recomendações técnicas sobre o uso do equipamento de proteção individual.

Naquela altura, autoridades sanitárias internacionais e do Brasil ainda insistiam no equívoco de contraindicar o uso da proteção individual por todos, recomendando-o só para doentes sintomáticos e profissionais de saúde. No Planalto, o que se via era puro teatro.

Não por acaso, o Brasil aparece no topo da lista dos países em que a taxa de infecção é mais alta. O mau exemplo presidencial e o desincentivo ao dispositivo facial se compõem com o fiasco na disseminação de testes e na notificação realista de casos e mortes para manter a curva da epidemia em alta.

Desde então, só o ministro Paulo Guedes (Economia) tem se apresentado de modo consistente portando o dispositivo, em obediência à razão que terminou por se impor: máscaras devem ser envergadas por todos em público.

Além de oferecerem alguma proteção, imperfeita que seja, a quem a utiliza, elas evitam que infectados com CoV-2, mas sem sintomas, transmitam o vírus sem se dar conta. Por esse motivo governantes no mundo todo, tardiamente em São Paulo também, passaram a recomendar seu emprego.

Bolsonaro caminhou na direção oposta, revelando sua verdadeira face diante do flagelo da Covid-19. Abandonou o apetrecho e intensificou a presença em aglomerações, não raro incentivadas por ele e os filhos. Se questionarem, é capaz de retorquir com o característico desdém pela saúde alheia —e daí?

A partir de segunda (4), máscaras se tornam obrigatórias em meios de transporte público na capital paulista e em todo o estado —a regra ainda precisa ser generalizada. Empresários perceberam a urgência e se engajaram no esforço para distribuir os artefatos à população.

A relação custo-benefício da medida se mostra favorável, pois o acessório é barato e fácil de fabricar, até em casa. A corrida inicial por compras e estocagem indevidas se diluiu, e hoje a disponibilidade para profissionais de saúde é questão de logística e recursos.

Lamentavelmente, o Brasil figura na cena mundial como uma nação que negligencia suas obrigações sanitárias, mas boa parte dos brasileiros já reage para demonstrar que a verdadeira face do país exibe altruísmo e solidariedade.

editoriais@grupfolha.com.br

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