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Murilo Medeiros

A força do Brasil agroambiental

A janela de oportunidade credencia o Brasil a trilhar caminhos auspiciosos

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Murilo Medeiros

Cientista político pela Universidade de Brasília (UnB) e assessor legislativo no Senado Federal, é especialista do Instituto Millenium e pós-graduando em direito eleitoral e Poder Legislativo

O campo se tornou a principal esperança de dias melhores para a economia brasileira. A produção rural exibe vigor intenso em meio à crise. O país colhe atualmente a maior safra agrícola da sua história. Serão quase 254 milhões de toneladas de grãos, com alta de 70% sobre a produção registrada no ano de 2010. Em termos absolutos, são 100 milhões de toneladas a mais.

Símbolo de empreendedorismo nacional, a agropecuária destaca-se como o único setor da atividade econômica a crescer no período da pandemia —previsão de avanço de 2,5% no PIB para este ano, com receita recorde de R$ 730 bilhões, conforme cálculos da FGV. Diante da pior crise sanitária dos últimos tempos, o campo conseguiu abastecer o mercado interno com segurança alimentar, expandindo mercados e diversificando a pauta do comércio exterior. De acordo com números da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI/Mapa), o agro capitaneou mais da metade das exportações brasileiras em julho (51,2%) e deve fechar o ano sendo responsável por quase 24% do PIB brasileiro, marca nunca antes alcançada.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), sob a gestão da ministra Tereza Cristina, ergueu um tripé de excelência na Esplanada: trânsito político, qualidade técnica e eficiência na entrega de resultados, transformando o discurso liberal em ações concretas.

Além de emplacar um volume financeiro recorde de R$ 236 bilhões para custear a safra 2020-21, contemplando financiamentos a taxas de juros mais baixas e acesso ao seguro rural, a pasta teve papel decisivo para destravar o Acordo Mercosul-União Europeia, finalmente assinado depois de mais de 20 anos de negociação, como também para alargar as nossas fronteiras comerciais com o mundo. Desde janeiro de 2019, mais de 70 mercados externos foram abertos para os produtos agropecuários brasileiros.

O Brasil tem tudo para provar que é possível ser uma potência agroambiental, capaz de conciliar produção e preservação florestal. O caminho da prosperidade passa pela agenda verde. Com a expansão da tecnologia e de ferramentas avançadas de produtividade, o país desenvolveu um modelo de agricultura tropical sustentável, sobretudo com o trabalho da Embrapa, reconhecida mundo afora por sua excelência no desenvolvimento das técnicas de Agricultura de Baixo Carbono (ABC).

Há um cardápio de iniciativas econômicas sustentáveis, como a comercialização dos créditos de descarbonização e estímulos à bioeconomia e ao mercado de títulos verdes ("green bonds"). O potencial de investimentos para agricultura sustentável no Brasil até 2030 é de US$ 692 bilhões, segundo projeção do Mapa.

Além das finanças verdes, há outros inúmeros desafios para robustecer o ímpeto do agronegócio, a começar pela melhoria da infraestrutura, notadamente os modais ferroviário e hidroviário —agilizar o programa de concessões é, pois, primordial. Demais itens dessa agenda são a maior facilidade de acesso ao crédito, fortalecimento da assistência técnica rural, regularização fundiária, segurança jurídica nos conflitos ambientais e ampliação da conectividade no campo —hoje, 70% das propriedades rurais do país não possuem conexão com a internet, segundo estudo da CNA.

A força do campo credencia o Brasil a trilhar caminhos auspiciosos, especialmente para aliar preservação ambiental e integração econômica. Devemos aproveitar a janela de oportunidade que se abre para a modernização do setor agrícola nacional, tornando-o mais inovador, produtivo e sustentável.

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