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Em meio a dificuldades da esquerda nas eleições, Lula e Ciro retomam diálogo

Ciro Gomes e Lula, em foto de 2002 - Eduardo Knapp/Folhapress

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Foi encarada com ceticismo em toda parte a notícia de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) ensaiam uma reaproximação, após dois anos de estranhamento.

Afastados desde a campanha presidencial de 2018, eles se reencontraram em segredo no início de setembro e passaram uma tarde conversando sobre suas desavenças e a conjuntura política, em São Paulo.

Revelado o movimento pelo jornal O Globo na quinta-feira (29), os dois campos emitiram sinais trocados sobre seu significado, expondo as dificuldades que a esquerda encontra para aglutinar forças desde a eleição de Jair Bolsonaro.

Ciro se declarou disposto a dialogar com todos os que se opõem ao atual governo. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, condicionou qualquer avanço do diálogo a um pedido de desculpas público de Ciro pelos ataques desferidos contra Lula e seu partido no passado.

O ex-ministro ficou em terceiro lugar no primeiro turno da eleição presidencial e depois se recusou a apoiar o petista Fernando Haddad, que fracassou na tentativa de uma aliança mais ampla para enfrentar Bolsonaro na segunda rodada.

O encontro de Lula e Ciro teve como pano de fundo as dificuldades enfrentadas pela esquerda nas eleições municipais deste ano, em que os principais partidos preferiram lançar nomes próprios e se distanciaram de tradicionais aliados.

PT e PDT se separaram na corrida às prefeituras das capitais e se uniram apenas em cidades menores. Em São Paulo, Jilmar Tatto (PT) e Márcio França (PSB, apoiado pelo PDT) estariam fora do segundo turno hoje. No Rio e em Fortaleza, candidatos das duas siglas disputam os votos à esquerda.

Confrontados com o risco de sofrer novas derrotas nas urnas neste ano, é natural que Lula e Ciro olhem o futuro com apreensão e sentem para pôr a conversa em dia. É possível que tenham aberto caminho para alianças que evitem o pior no segundo turno da eleição.

Daí para a formação de uma coalizão capaz de enfrentar Bolsonaro em 2022, como o líder petista sugeriu nesta semana, há um longo caminho a percorrer —e tudo indica que será bastante acidentado.

Ciro, que persegue a Presidência da República desde as eleições de 2002, não dá mostras de ter desistido dessa ambição. Lula segue impedido pela Justiça de concorrer, mas nem assim o PT parece disposto a abrir mão do protagonismo que exerceu nos últimos anos.

editoriais@grupofolha.com.br

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